O professor da Universidade de São Paulo (USP) Marcos Fava Neves disse que as cadeias produtivas do agronegócio do Tocantins de carne, arroz, piscicultura e silvicultura, soja e milho podem gerar R$ 15 bilhões a mais nos próximos dez anos para a economia do Estado. Neves é proprietário da empresa Markestrat, contratada para a elaboração de um estudo sobre o assunto, apresentado nesta quarta-feira, 7, durante reunião da Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto).
Sobre o mercado da carne, Fava trouxe dados que mostram o Brasil como o segundo maior em produção de carne bovina no mundo e quarto em consumo. Mesmo com histórico de perda de 8% na economia dos últimos dois anos, ele afirma que a perspectiva para este ano é que o Brasil volte a crescer e ganhar espaço tanto no mercado interno como externo. É o que também espera o presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado do Tocantins (Sindicarnes/TO), empresário Oswaldo Stival, que viu no estudo, que considera “preciso e claro”, ferramentas para melhorar os resultados do segmento.
Apresentação do estudo
O presidente da Fieto, Roberto Pires, reuniu para a apresentação do Estado secretários e representantes de pastas estaduais (Seden, Adapec, Sefaz e Seagro), sindicatos patronais da indústria (Sime, SIG, Sindicarnes, Simam, Sindirepa) e representantes de instituições como a Universidade Federal do Tocantins (UFT), envolvidas na elaboração do estudo das principais cadeias produtivas do agronegócio.
Os encontros continuam no período da tarde desta quarta para a apresentação da cadeia do arroz, e, durante esta quinta-feira, 8, quando serão conhecidos os resultados da cadeia de piscicultura e silvicultura na sede da Fieto em Palmas. As informações sobre as cadeias de soja e milho foram abordadas em apresentação realizada no mês de outubro do ano passado em Gurupi.
O estudo contempla a análise da viabilidade financeira do desenvolvimento da indústria local, a comparação da competitividade do Estado frente aos demais nestas áreas e a identificação de meios de fortalecimento destes setores por meio da transformação dos produtos. A contratação deu-se com recurso do Fundo de Desenvolvimento Econômico (CDE) e coordenação da Fieto.
“A transformação dos insumos do agronegócio é a grande saída para empregar mais, agregar valor, sair dessa dependência do emprego público e viabilizar que o Tocantins se torne um eixo de desenvolvimento. Para isso, nós precisamos de informações consistentes e um modelo de atuação nestas cadeias que nós apontamos como prioritárias”, disse Pires acerca do estudo. O presidente da Fieto acrescentou que o objetivo principal é apontar medidas para ampliar tanto a produção como a organização de estratégias que desenvolvam a indústria da transformação.
“O estudo aponta os caminhos que nós temos que percorrer para a recuperação, haja visto que foi demonstrado que o Brasil e o mundo crescem em demanda pelo produto da carne e o Tocantins, de uns anos para cá, diminuiu sua produção e exportação”. Stival aponta como umas das possíveis alternativas para alcançar este crescimento a criação de uma Câmara Setorial da Carne no estado com a participação de toda cadeia produtiva, Fieto e governo do Estado para atuação de forma coletiva em prol do segmento.
O secretário da pasta de Desenvolvimento Econômico do Estado (Seden), Alexandro de Castro, reforçou que a ideia principal do governo em relação ao estudo é ter um material de qualidade que possa ser utilizado em suas ações de fomento e de criação das condições de desenvolvimento para, assim, trazer para junto de si as cadeias produtivas e seus atores, como o empresariado que toca essas diversas áreas.
“Buscamos em conjunto enxergar uma perspectiva de futuro, um modelo de cenários traçados e, a partir daí, trabalhar juntos para que cada um cumpra sua atribuição dentro da linha de planejamento voltados para o crescimento que, como vimos nessa apresentação, pode chegar a 50% para a economia do estado em um prazo muito curto”, disse Castro.
O secretário de Agricultura do Estado, Clemente Barros, o reitor da UFT, Eduardo Bovolato e equipe técnica e de gestão das pastas estaduais da Fazenda, Desenvolvimento Econômico, Planejamento e Abastecimento e Pecuária também participam das reuniões. A programação continua com discussões e apresentação de contribuições das instituições para a posterior consolidação e lançamento do estudo. (Com informações da assessoria de imprensa)