Em meio a programação de reabertura gradativa e parcial estabelecida na Capital, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Palmas aponta que na primeira semana de descontingenciamento – de 8 a 14 de junho – foi registrada uma queda de 11% nas vendas do comércio se comparado ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
Retorno econômico de fato só depois de 1 ano da Covid-19
O presidente da CDL de Palmas, Silvan Portilho, afirma esta queda sinaliza que o cenário vai continuar desfavorável independente da flexibilização, e pode até se agravar. “A crise que se instaurou por conta dessa pandemia [de Covid-19], ainda está no início. Infelizmente, nosso comércio ainda vai sofrer de forma severa com toda essa paralisação e, conforme apontam os especialistas, o retorno econômico, de fato, só deve acontecer num período de, pelo menos, um ano.
Seguir medidas para evitar novo fechamento
Silvan Portilho garante que a entidade irá atuar para evitar a proliferação da Covid-19 neste momento de retomada da atividade econômica com o objetivo de garantir a manutenção do descontingenciamento. “Precisamos seguir todas as medidas de segurança e saúde para que não voltemos a fechar, pois se isso acontecer, acreditamos que vamos nos deparar com um colapso econômico e social”, finalizou.
Poder Pública tem que auxiliar empresários
A entidade ainda cobra do município alguma ajuda para reduzir os impactos da pandemia. “A CDL Palmas busca trabalhar de forma incisiva para tentar amenizar esses danos econômicos e esperamos também uma atitude do Poder Público, de forma a auxiliar os empresários neste momento” acrescentou Silvan Portilho.
Retomada não obedece critério técnico
Apesar da CDL de Palmas trabalhar pela manutenção do descontingenciamento da prefeitura, autoridades em saúde são críticos a iniciativa neste momento. Membro tocantinense do Conselho Federal de Medicina (CFM), o médico Estevam Rivello vê com preocupação o plano de descontingenciamento e argumentou que a Capital ainda não apresenta um cenário favorável para a reabertura, citando que a decisão do Paço não foi adotada com critério técnico e científico, mas sim com o foco no fator econômico e político.
Potencial assustador
O Sindicato dos Médicos no Estado do Tocantins (Simed-TO) afirmou em nota no dia 29 de maio que recebeu “com desconfiança” a informação da Prefeitura de Palmas de reabertura da economia. Diante do que o município considera de “nova normalidade” que virá com a reabertura, o sindicato disse entender que a população vai passar a ter a sensação de normalidade e irá para a rua. “Com potencial para aumentar assustadoramente o número de casos, e, na atual configuração do serviço de saúde pública, o município não está em condições de conter o contágio”, alertou o Simed.