A mudança de horário dos órgãos e entidades da Capital para o período das 13 às 19 horas e a jornada de seis horas estabelecida pelo Estado – das 8 às 14 horas – tem gerado insatisfação da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Palmas. A entidade informou nesta quinta-feira, 2, que encaminhou um ofício à prefeitura e outro ao governo para cobrar o retorno do expediente para o horário comercial.
Apesar dos servidores da Prefeitura de Palmas estarem com a jornada reduzida desde o dia 29 de maio, a CDL só se manifestou em agosto. O presidente da entidade, Silvan Portilho, explica que o comércio esperava que a partir do final de julho o expediente do município voltasse ao horário normal. O funcionalismo do Estado também trabalha das 8 às 14 horas há três meses.
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“A nova mudança de horários vai acarretar prejuízos para a economia da Capital. O que seria benéfico para o comércio era a prefeitura e o Estado funcionarem durante todo o horário comercial, isso sim traria impacto positivos. A produção seria maior, assim como o consumo. O comércio vai ser muito impactado com esse novo expediente”, disse o presidente da CDL.
Silvan Portilho recorre ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para defender a volta do horário comercial nós órgãos públicos. Segundo o dirigente da CDL, a cidade de Palmas possui 7.945 empresas exercendo atividades comerciais, o que coloca a Capital entre as 100 cidades que mais possuem empresas no Brasil, investir nesse setor é essencial.
“Essas empresas são responsáveis por mais de 126 mil assalariados, por isso é tão importante que os órgãos públicos levem em consideração todo esse contexto, para que esse setor cresça ainda mais”, destacou o presidente da CDL. Portilho reforça que as empresas que mais serão impactadas são as do setor alimentício e aquelas que estão localizadas próximas aos órgãos públicos.
O presidente da CDL reforça que os servidores públicos representam uma parcela significante de consumidores. “É importante destacar que, se o estabelecimento vende menos, consequentemente deve produzir menos, o que deve refletir no número de funcionários. Além disso, o município também perde arrecadação”, acrescentou o empresário
Conforme dados da CDL de Palmas, no primeiro semestre deste ano a economia de Capital apresentou uma queda de 3%. Silvan Portilho argumenta ser necessário que o Poder Público demonstre apoio para que o comércio tenha um bom resultado na segunda metade do ano.
Ao divulgar a mudança do expediente, a prefeitura defendeu que a medida garante melhor qualidade de vida ao funcionalismo. Entretanto, o presidente da CDL Palmas explica que tais motivos não podem estar a frente das necessidades de desenvolvimento do comércio. “Palmas têm suas ruas e avenidas planejadas e com boa fluidez no trânsito, não havendo prejuízos à livre circulação”, reage Portilho a um dos argumentos do Paço: o fato de os servidores poderem evitar o horário de pico no trânsito.
“A CDL Palmas se vê na obrigação de intervir toda vez que medidas adotadas por órgãos públicos ou outras entidades e sindicatos possam prejudicar o desenvolvimento do comércio. Trabalhamos todos os dias para melhorar a economia e realizamos diversas ações que são boas para o varejo, trazendo desenvolvimento, renda e empregos”, finalizou Silvan Portilho.
O CT acionou a Prefeitura de Palmas para se manifestarem sobre o expediente do Poder Público e aguarda manifestação. O governo do Estado informou que o pedido ainda está sendo analisado. (Com informações da CDL de Palmas)