Juntamente com a batata e o tomate, a cebola se destaca como uma das principais hortaliças em termos de volume produzido e importância econômica. Está presente conferindo sabor em praticamente todos os pratos e saladas, desde os preparos mais simples aos mais elaborados.
A produção de cebola no Brasil está concentrada em poucos estados. Santa Catarina é o maior estado produtor e juntamente com Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul Paraná e Pernambuco totalizam 1.495,6 mil toneladas (IBGE, 2020). A Região Nordeste tem ganhado destaque na produção nacional através do estado da Bahia.
Altamente perecível, a cebola sofre grandes oscilações de mercado nas ocasiões em que a oferta supera a demanda. A produção nacional sofre também com as constantes quebras de safra e de qualidade provocadas pelas condições climáticas adversas, seja na falta de chuvas ou no seu excesso no momento da colheita. O Brasil é ainda dependente das importações, principalmente com produto oriundo da Argentina, para complementar a oferta interna.
Em 2020 o Brasil plantou 47,5 mil hectares de cebola. Quando comparado com a área cultivada em 2011 (59,4 mil ha), verifica-se redução de 20,0%. Contudo, apresentou no período ganho de 29,5% em termos de produtividade, ao se obter 31,4 toneladas por ha. Atribui-se este ganho de produtividade não somente à migração da cultura para novas fronteiras agrícolas, mas também ao emprego de novas tecnologias de cultivo e manejo, assim como a sistemas irrigados.
Nos últimos dez anos a produção se estabilizou, o que demonstra redução na disponibilidade interna per capita com produto nacional. Em razão do aumento da população urbana e da maior participação da mulher no mercado de trabalho, as famílias passaram a fazer maior número de refeições fora do domicílio, o que trouxe tendência de aumento no consumo de cebola processada, com pasta de alho e sal, purês, ketchup e cebolas desidratadas.
Trata-se de uma cultura de grande importância socioeconômica, sobretudo para a agricultura familiar, em função do massivo emprego de mão de obra. Em 2020, segundo o IBGE, o valor da produção nacional foi da ordem de R$2,5 bilhões, cerca de 13,6% superior a 2019. De acordo com o Censo Agropecuário de 2017, cerca de 87,0% da produção nacional de cebola se dá em estabelecimentos com predominância da agricultura familiar. A maior parte (65,8%) dos produtores de cebola está concentrada nos extratos de área menores que 20 ha e são responsáveis por 51,7% da produção nacional (IBGE, 2002).
A cultura enfrenta desafios como: a alta dos custos de produção provocados pela pandemia do Covid-19; a necessidade de buscar novos mercados; as incipientes condições de armazenagem, processamento e industrialização, e; a exigência de elevar o nível tecnológico buscando competitividade.
O Tocantins não produz cebola mas pode se tornar em uma opção para Agricultura familiar, principalmente se conseguirmos melhorar a estrutura de comercialização em nosso Ceasa.
Mercado tem, precisamos de estimular a produção!!
CESAR HALUM
É médico veterinário (UFG), secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e apresentador do programa Mundo Agro, no SBT Tocantins.