Estamos chegando ao final do mês de maio e, com ele, vem todos os pagamentos correspondentes a safra 2018/2019. Neste momento o produtor que conseguiu fazer uma boa colheita poderá pagar todos seus débitos e novamente pegar crédito para o novo plantio. Até aí tudo nos conformes!
E o produtor que teve problemas com intempéries, falhas técnicas, não colheu conforme o previsto e não terá dinheiro para o pagamento dos débitos? Daí vem os bancos, arrendamento, peças, diesel, insumos, frete, funcionários e demais débitos. E este, não tendo condições de pagar todos os seus débitos, como poderá fazer?
[bs-quote quote=”Deve ficar claro que o produtor somente terá condições de pagar todos os seus débitos se continuar plantando. Portanto, ter calma e negociar seus débitos são de suma importância para a sua subsistência” style=”default” align=”right” author_name=”EDUARDO KÜMMEL” author_job=”É advogado” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/09/EduardoKummel60.jpg”][/bs-quote]
E se já existirem débitos de safras anteriores, como proceder? Se não consegue sequer pagar a safra atual, como conciliar pagar débitos anteriores e ainda manter o plantio da lavoura? Como fazer para plantar a nova safra?
Neste momento, por mais difícil que seja, cabe ao produtor rural buscar formas de negociar com seus credores, buscando renegociar parte do débito para o segundo plantio ou buscar formas de parcelar para o próximo ano, pois o agricultor não possui outra renda que não seja o plantio.
O produtor não pode se desesperar, tem que projetar e negociar conforme suas condições, não adianta fazer acordos milagrosos e prejudiciais que posteriormente não serão cumpridos. Uma forma é dar prioridade para os credores que sejam parceiros, que entendem e confiam na sua condição e idoneidade de pagamento, buscando dar prioridade para quem fidelizou com o mesmo e que continuará ajudando-o no plantio.
Deve ficar claro que o produtor somente terá condições de pagar todos os seus débitos se continuar plantando. Portanto, ter calma e negociar seus débitos são de suma importância para a sua subsistência.
As instituições financeiras, uma das maiores credoras do agronegócio, certamente não irá financiar aquele produtor que renegociou os débitos ou que não tenha feito a quitação total. Com isso, não adianta pagar um só banco se irá ficar inadimplente com outros. O Governo vem buscando formas de renegociar o passivo rural e, sendo assim, as instituições financeiras devem estudar caso a caso suas negociações.
Priorize pagar contratos que tenham garantia hipotecária e de aval/fiança, bem como dos credores que são seus parceiros. Para tanto, se estiver nesta situação, busque uma assessoria competente para o gerenciamento dos seus débitos, de forma que consiga a melhor solução amigável ou judicial, mantendo uma relação saudável com seus parceiros, com o seu negócio rural e também a continuidade da sua atividade.
Agregar a negociação com o judiciário às vezes ajuda na solução dos problemas, tanto é verdade que em alguns casos bancários conseguimos liminares requerendo o parcelamento do débito em até 10 anos, com juros da cédula e excluindo o cadastro do Serasa. Pense, negocie e haja, pois o próximo plantio já está aí!
EDUARDO KÜMMEL
É advogado e Diretor da Kümmel & Kümmel Advogados Associados
eduardo.kummel@kummeladvogados.com.br