As medidas de contenção contra o coronavírus tem impactado de forma direta as empresas de transporte coletivo da Capital. O fechamento do comércio e as limitações aos números de passageiros no intuito de evitar aglomerações tem prejudicado o caixa das companhias, é o que aponta o sindicato da categoria (Seturb), que pede um “auxílio emergencial” da Prefeitura de Palmas para que o serviço público possa continuar a ser oferecido.
Empresas já estavam com dificuldades
Presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros (Seturb), Antônio Silva Júnior, o Toninho da Miracema, afirma que o novo coronavírus piora um mercado que já estava em baixa. “As empresas já vinham passando por uma dificuldade grande por uma queda acentuada no número de passageiros transportados e por outro lado, o crescente aumento do custo, Com a entrada da pandemia a situação se agravou de forma exponencial”, resumiu.
Queda de 25% no número de passageiros em cinco anos
A queda do número de passageiro referida por Toninho da Miracema já vinha de antes da pandemia, com a diminuição da atividade econômica do País e, principalmente, com o advento dos aplicativos de transporte. Conforme o presidente da Seturb, o número de pessoas que utilizam o coletivo na Capital caiu 25% em cinco anos.
Quatro ônibus para passageiros de um
Aliado a este desaquecimento do setor, o decreto de calamidade pública da Prefeitura de Palmas obrigou as empresas a transportarem apenas 50% da capacidade de cada ônibus e fechou o comércio. Toninho da Miracema diz que estas medidas fizeram com que o movimento nos coletivos caísse para 20% do era antes da pandemia de Covid-19. “E nosso custo não consegue reduzir na mesma proporção. Estamos com o custo de quatro ônibus para transportar os passageiros de um”, aponta
Pauta não é flexibilização, mas auxílio
Mesmo com os problemas oriundos das medidas de contenção, Toninho da Miracema garantiu que a pauta da Seturb não é o afrouxamento da quarentena. “Nós do transporte coletivo não estamos fazendo critica a prefeitura no sentido de que o comércio tem que voltar. A prefeita [Cinthia Ribeiro, PSDB] tem os números e dados muito mais precisos. Não poderíamos interferir em uma decisão tão séria e importante como esta”, disse o representante da categoria, esclarecendo que a reivindicação seria um auxílio para garantir a manutenção do serviço.
Pagar funcionários ou prestar o serviço?
O presidente da Seturb afirma que o atual cenário já gerou prejuízo de R$ 2 milhões na Expresso Miracema, um das empresas de transporte da Capital. “Nós vamos ter que fazer uma escolha. Ou paga o funcionário parcelado ou paga integral e não se terá condições de abastecer os ônibus e a empresa para. Não tem condições de funcionar com um desequilíbrio econômico deste tamanho. A situação está chegando a um ponto completamente insustentável”, garantiu Toninho, que disse ainda já ter demitido 100 funcionários.
Auxílio emergencial
Com o transporte sendo considerado um serviço público essencial, Toninho da Miracema defende que a Prefeitura de Palmas ajude a categoria com uma espécie de auxílio emergencial, seja por meio de subsídio ou subvenção, como já fizeram cidades como São Paulo, Salvador, João Pessoa, Rio de Janeiro, Curitiba, lista. A Seturb afirma já ter solicitado apoio ao Paço. “Não estamos em busca de ter lucro em cima desta situação. De forma alguma. Só precisamos de um auxílio emergencial para sobreviver, e, se não chegar logo, as empresas de transporte coletivo vão entrar em colapso”, avisa.
Acionada, a Prefeitura de Palmas disse ainda não ter um posicionamento sobre o assunto.