A agenda do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) no Jalapão na sexta-feira, 17, e sábado, 18, contou com visitas aos quilombos do Prata e Mumbuca. “Só há uma forma de saber o que as pessoas pensam: ouvindo-as. Não queremos e não vamos iniciar nenhum projeto que não tenha apelo popular. As pessoas precisam estar inseridas em tais projetos e, no caso do Jalapão, as comunidades tradicionais têm que ser protagonistas das próprias demandas. A população é que vai nos dizer o que devemos fazer”, pontuou o chefe do Poder Executivo.
DESMATAMENTO TEM PREJUDICADO EXTRAÇÃO E CULTIVO DAS COMUNIDADES
No povoado do Prata, em São Félix, a mais urgente das demandas apresentadas foi a regularização fundiária da área de aproximadamente 61 mil hectares. Na ocasião, a presidente da Associação dos Moradores, Luzia Passos, frisou que, sem a titularidade da terra, a comunidade tem sido pressionada pelo agronegócio e desmatamento ilegal que avançam na região. “Aqui nós vivemos por meio do extrativismo e agricultura familiar. Então, dependemos muito do Cerrado. É ele que produz o pequi, a mangaba, a fava d’anta e outros produtos. Com o desmatamento da região, nós estamos tendo problemas com a extração e cultivo”, revelou.
EM BUSCA DA SOLUÇÃO MAIS ADEQUADA
O presidente do Instituto de Terras do Tocantins (Itertins), Robson Figueiredo, ressaltou que o governo está empenhado em garantir a propriedade da terra à sua população tradicional por direito. “Existe uma equipe que inclui Itertins, Naturatins, Procuradoria do Estado, Ministério Público Federal e Defensoria para discutir a regularização de todas as comunidades quilombolas do Tocantins. Estamos perto de resolver a situação do povoado quilombola Matões e estamos avançando para encontrar a solução mais adequada aqui também. Precisamos garantir a segurança jurídica para as comunidades tradicionais do Tocantins “, assegurou.
COMUNIDADE ISOLADA
Já no Mumbuca, a comunidade elencou a necessidade de assistência técnica para os problemas frequentes de queda de energia, internet e telefone no povoado, além de auxílio para a realização da festa da colheita do capim dourado, e ainda melhorias de estradas e construção de pontes para facilitar o acesso da população e turistas. “O turismo é muito importante para nós, mas as famílias que vivem aqui também precisam de assistência. Além da dificuldade de locomoção por causa das estradas, também sofremos com a falta de comunicação, porque não temos sinal de telefone, e as quedas constantes de energia e internet, o que deixa a comunidade ainda mais isolada”, elencou a líder comunitária Antônia da Silva.
AÇÕES
Em resposta, a senadora Dorinha Seabra (UB) garantiu a doação de um caminhão para colheita do capim dourado e o diretor de relações institucionais da Energisa, Alan Kardec Moreira, informou que a instalação de uma subestação de energia na região da Chapada das Mangabeiras, já em execução, vai resolver o problema de falta de energia nos municípios do Jalapão.