A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos emitiu nota à imprensa para comentar sobre a greve iniciada nesta segunda-feira, 12, por empregados de todo o País. Para a estatal, o movimento paredista é “injustificado e ilegal” porque “não houve descumprimento de qualquer cláusula do acordo coletivo de trabalho da categoria”. A companhia destaca ainda que, nacionalmente, 87,15% dos funcionários continuam trabalhando. O índice chega a 89% no Tocantins.
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De acordo com os Correios, a paralisação está concentrada na área de distribuição. Segundo o sistema eletrônico de presença da estatal, 92.212 empregados não aderiram a greve [87,15%]. A empresa adotado um Plano de Continuidade de Negócios no fim de semana para “minimizar os impactos à população”. O Tocantins tem 652 empregados trabalhando [89% do total no Estado] e 12 cidades tiveram suas agências fechadas: Ananás, Angico, Brejinho de Nazaré, Centenário, Cristalândia, Fortaleza do Tabocão, Marianópolis, Piraquê, Pium, Recursolândia, Santa Maria do Tocantins e São Bento do Tocantins.
Motivo da paralisação
A nota da estatal critica a “extensa pauta de reivindicações” apresentada pelos funcionários. “Nada têm a ver com o verdadeiro motivo da paralisação: a mudança na forma de custeio do plano de saúde da categoria”, afirma. Para a companhia, o objetivo com isto “é ganhar a opinião pública”. Ao CT, por exemplo, o secretário de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa de Correios e Telégrafos (Sintect), Willian Martins Soares, também coloca entre os motivos do protesto a falta de segurança, o fechamento de agências e o sucateamento da estatal.
“O movimento está relacionado, essencialmente, às discussões sobre o custeio do plano de saúde da empresa, que atualmente contempla, além dos empregados, dependentes e cônjuges, também pais e mães dos titulares. O assunto foi discutido exaustivamente com as representações dos trabalhadores desde outubro de 2016, tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo Tribunal Superior do Trabalho, que apresentou proposta aceita pelos Correios, mas recusada pelas representações dos trabalhadores”, defende a estatal.
Crise financeira
Entre os termos apresentados pelo TST está o pagamento das mensalidades pelos funcionários e a retirada de dependentes dos contratos. “Para se ter uma ideia, os custos do plano de saúde dos trabalhadores representam 10% do faturamento dos Correios, ou seja, uma despesa da ordem de R$ 1,8 bilhão ao ano”, garante a estatal, que diz estar passando por uma grave crise financeira. “Um movimento dessa natureza serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada da estatal e, consequentemente, de seus empregados”, alega.
Segundo a estatal, a crise financeira deve-se a: “queda expressiva do volume de correspondências, objeto de monopólio, e da falta de investimentos em novos negócios, nos últimos anos, que garantissem não só a competitividade, mas também a sustentabilidade da empresa”.
Leia a íntegra da nota:
“Nota dos Correios sobre a paralisação de empregados
Os Correios vêm a público prestar esclarecimentos à sociedade sobre a paralisação de empregados que está ocorrendo nesta segunda-feira (12). Mesmo reconhecendo que a greve é um direito do trabalhador, a empresa entende o movimento atual como injustificado e ilegal, pois não houve descumprimento de qualquer cláusula do acordo coletivo de trabalho da categoria.
Com o objetivo de ganhar a opinião pública, as representações dos trabalhadores divulgaram uma extensa pauta de reivindicações que nada têm a ver com o verdadeiro motivo da paralisação de hoje: a mudança na forma de custeio do plano de saúde da categoria.
O movimento está relacionado, essencialmente, às discussões sobre o custeio do plano de saúde da empresa, que atualmente contempla, além dos empregados, dependentes e cônjuges, também pais e mães dos titulares. O assunto foi discutido exaustivamente com as representações dos trabalhadores desde outubro de 2016, tanto no âmbito administrativo quanto em mediação pelo Tribunal Superior do Trabalho, que apresentou proposta aceita pelos Correios mas recusada pelas representações dos trabalhadores. Após diversas tentativas de acordo sem sucesso, a empresa se viu obrigada a ingressar com pedido de julgamento no TST. Para se ter uma ideia, hoje os custos do plano de saúde dos trabalhadores representam 10% do faturamento dos Correios, ou seja, uma despesa da ordem de R$ 1,8 bilhão ao ano.
No momento, a empresa aguarda uma decisão por parte do TST. A audiência acontece durante toda tarde de hoje.
Crise financeira – Conforme amplamente divulgado pelos meios de comunicação, os Correios enfrentam uma grave crise financeira, fruto da queda expressiva do volume de correspondências, objeto de monopólio, e da falta de investimentos em novos negócios, nos últimos anos, que garantissem não só a competitividade, mas também a sustentabilidade da empresa. Estes, dentre outros fatores, vêm repercutindo nas contas dos Correios e, neste momento, um movimento dessa natureza serve apenas para agravar ainda mais a situação delicada da estatal e, consequentemente, de seus empregados.
Dados nacionais – A paralisação está concentrada na área de distribuição — levantamento parcial realizado na manhã de hoje mostra que 87,15% do efetivo total dos Correios no Brasil está presente e trabalhando — o que corresponde a 92.212 empregados, número apurado por meio de sistema eletrônico de presença. Neste fim de semana (10 e 11), os Correios já colocaram em prática seu Plano de Continuidade de Negócios, de forma preventiva, para minimizar os impactos à população.
Tocantins – No Estado, 89% do efetivo está presente e trabalhando – o que corresponde a 652 empregados. Doze agências de Correios estão fechadas, localizadas nos seguintes municípios: Ananás, Angico, Brejinho de Nazaré, Centenário, Cristalândia, Fortaleza do Tabocão, Marianópolis, Piraquê, Pium, Recursolândia, Santa Maria do Tocantins e São Bento do Tocantins. No restante dos municípios, as agências estão abertas e todos os serviços estão disponíveis.”