Estimados leitores e leitoras! Como vocês estão? Já definiram em quem votarão para Presidente? As discussões andam muito acirradas, não é mesmo? Observo nas redes sociais as agressões desnecessárias entre eleitores e simpatizantes de um ou outro candidato, contra tudo e contra todos que tenham opiniões diferentes. Felizmente, ainda vivemos em uma democracia e devemos respeitar a decisão da maioria dos eleitores. A intolerância e o ódio já destruíram muitos países e mataram milhões de pessoas inocentes. Os eleitores estão achando que elegendo o próximo Presidente da República os problemas do Brasil e do povo brasileiro acabarão. Ledo engano. Sem uma reforma política profunda, sem uma reforma fiscal completa, sem uma reforma previdenciária honesta e sem investimentos de grande porte na educação, nada vai mudar e, quem autoriza essas mudanças, já foram eleitos, os deputados e senadores. O Presidente da República pode até ter a intenção de querer mudar o Brasil, mas será que o Congresso Nacional vai querer? Reflitam.
[bs-quote quote=”O rodízio combinado entre as federações sempre existiu e, nesta próxima eleição, seria a vez da FAMPEC presidir o conselho, mas por fazer parte do conselho por determinação judicial, nunca foi prestigiada pelas outras federações e entidades que o compõem, mesmo com os mesmos direitos, mas sem a mesma força política” style=”default” align=”right” author_name=”TADEU ZERBINI” author_job=”É economista” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/04/TadeuZerbini60.jpg”][/bs-quote]
Na semana passada, este site trouxe a público, com muita propriedade e na hora certa, um tema muito interessante e que diz respeito às micro e pequenas empresas e empreendedores individuais do Tocantins: a eleição do Presidente do conselho deliberativo e da diretoria do Sebrae – TO.
Desde o ano passado, integro o Fórum Nacional das Micro e Pequenas Empresas, vinculado à Secretaria Nacional das Micro e pequenas empresas, onde represento a Conampe – Confederação Brasileira das Micro e Pequenas Empresas. Tenho assento em dois comitês técnicos e sei, perfeitamente, como se dá as eleições no Sebrae Nacional e nos Sebraes estaduais. A política sempre exerceu papel fundamental nas escolhas dos diretores e do presidente do conselho. Fui conselheiro do Sebrae – TO e sei o que estou falando.
Entidade civil, sem fins lucrativos, criada em 1972 como Centro Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa (Cebrae), vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan) da Presidência da República e posteriormente ao Ministério da Indústria e Comércio, em 1990 a entidade desvinculou-se da administração pública federal, transformando-se num serviço social autônomo, denominado Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Os Centros de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (Ceags) – unidades estaduais vinculadas ao Sistema Cebrae Nacional, unidade central coordenadora – foram transformados em Sebraes estaduais e do Distrito Federal, integrando, adotando e implementando as mesmas ações do Sistema Sebrae Nacional, respeitadas as características de cada estado.
Com um forte, caro e estratégico programa de marketing, o Sebrae conseguiu ter sua marca fixada na mente de todos os brasileiros, tornando-se uma das instituições mais conhecida no Brasil. Ninguém pode negar o trabalho de excelência desenvolvido pelo Sebrae nos Estados. A busca da qualidade, produtividade e do empreendedorismo, aliada à qualificação de seus servidores, tornaram-se referências nacional.
No Tocantins, o Sebrae já foi protagonista de muitos projetos e ações em prol das micros e pequena empresas. A implantação da Sala do Empreendedor nas prefeituras municipais, o Prêmio Prefeito Empreendedor, os cursos ofertados, o artesanato, as cadeias produtivas e tantos outros projetos e ações ajudaram em muito o desenvolvimento do nosso Estado. Hoje, já não é mais. Perdeu seu protagonismo, por interesses políticos.
Em 2013, por decisão judicial em última instância, a Federação das Associações das Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individuais do Tocantins – FAMPEC, passou a integrar o conselho deliberativo do Sebrae – TO, com direito a voto e a todas as outras garantias estatutárias, pelo fato de ser a representante legal do setor. Sua participação nas reuniões do Conselho sempre se pautou na busca da melhoria contínua dos serviços prestados pelo Sebrae – TO.
Em 2013, a Presidência do Conselho Deliberativo estava sob a responsabilidade da FIETO e o Sr. Roberto Pires era o Presidente. De 2015 até agora, a Presidência do Conselho do Sebrae – TO está sob a responsabilidade da FACIET, na pessoa do Sr. Pedro Ferreira. A FAMPEC não passou a integrar o Conselho do Sebrae este ano, mas sim em 2013, como pode ser comprovado por atas das reuniões realizadas durante todo esse período. Na realidade, agora que houve mudanças no Estatuto, com a entrada de outras instituições vinculadas às federações, é que o nome da FAMPEC foi incluído e pelo rodízio definido pelas federações a FACIET é a última da lista, portanto, ainda falta a FAMPEC para o ciclo reiniciar.
O rodízio combinado entre as federações sempre existiu e, nesta próxima eleição, seria a vez da FAMPEC presidir o conselho, mas por fazer parte do conselho por determinação judicial, nunca foi prestigiada pelas outras federações e entidades que o compõem, mesmo com os mesmos direitos, mas sem a mesma força política. Sem dizer, que é a única instituição que representa as micro e pequenas empresas e empreendedores individuais.
Chega de políticos escolherem quem preside o conselho e quem vai ser superintendente ou diretores. As micros e pequenas empresas e os empreendedores individuais do Tocantins merecem mais respeito e atenção. Qual o político que não quer colocar no Sebrae um superintendente ou diretor com salários superiores a R$ 25.000,00. O Sebrae não é órgão público.
A FAMPEC tem o direito “sim” de presidir o Conselho e os conselheiros deveriam respeitar isto, mas a força política que sempre interferiu no Sebrae – TO, não vai permitir.
Passou da hora de mudar isto. O Brasil está mudando, o Estado do Tocantins está mudando e o Sebrae – TO, precisa mudar também.
Esperemos o resultado da eleição.
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br