O novo ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, afirmou nessa quarta-feira, 11, acreditar que o Congresso Nacional “haverá de entender” a necessidade de privatização da Eletrobras. A declaração foi dada durante a cerimônia de transmissão de cargo, até então ocupado pelo deputado federal Fernando Coelho Filho (DEM-PE), e que contou com a participação de outros ministros, como Eduardo Guardia (Fazenda), Eliseu Padilha (Casa Civil), Raul Jungmann (Segurança Pública) e Esteves Colnago (Planejamento). O Congresso analisa o projeto de lei que trata da privatização.
Moreira Franco revelou que o presidente Michel Temer deverá publicar, já nesta quinta-feira, 12, o decreto que inclui a Eletrobras no Plano Nacional de Desestatização, uma pré-condição para que a privatização da estatal.
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“A Eletrobras não capitalizada é a manifestação do atraso, de problemas que se apresentarão no futuro e da negligência com o dinheiro dos brasileiros”, disse em discurso para uma plateia composta também pelo novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, e pelo próprio presidente do grupo Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, que continuará no cargo, além de dezenas de funcionários do ministério e de associações e representantes de empresas dos setores de óleo e gás, mineral e elétrico.
Moreira Franco disse que recebeu a missão do presidente Michel Temer para dar continuidade à atual política econômica, focada em valores como previsibilidade e segurança jurídica e criticou o que chamou de “deformação ideológica” que teria marcado a gestão do setor nos anos anteriores ao atual governo. Ele prometeu avançar na aprovação dos marcos legais do setor elétrico e também da mineração, que tramitam no Congresso Nacional.
Equipe
Em pronunciamento, Moreira Franco anunciou os principais nomes de sua equipe. No lugar de Paulo Pedrosa, que era o secretário-executivo da pasta até a semana passada, assume Márcio Félix, que ocupava a Secretaria de Óleo e Gás. Para esta secretaria, foi indicado João Vicente de Carvalho Vieira, que ocupava uma das principais diretorias também da área de petróleo e gás do ministério. Na Secretaria de Geologia e Mineração da pasta, Moreira decidiu manter Vicente Lôbo. O mesmo vai ocorrer na Secretaria de Energia Elétrica, com a permanência de Fábio Lopes Alves. “Seus secretários agora são meus secretários”, afirmou Moreira ao agora ex-ministro Fernando Coelho Filho, que deixou o cargo para concorrer às eleições deste ano. (Pedro Rafael Vilela, da Agência Brasil)