A brasileira Embraer e a companhia norte-americana Boeing anunciaram nesta quinta-feira, 5, que irão formar um joint venture (empreendimento conjunto), para envolver todos os negócios e serviços de aviação comercial da empresa nacional. A Boenig vai pagar US$ 3,8 bilhões para ter 80% de controle da nova operação, estimada em um valor total de US$ 4,7 bilhões. A fabricante brasileira terá 20% da parceria.
A expectativa é que o negócio seja concluído de 12 a 18 meses, sendo finalizada até o final de 2019. As empresas precisam acertar os detalhes operacionais e financeiros do negócio, que deve ainda passar por aprovação dos acionistas e dos órgãos reguladores.
O governo federal decidiu que só vai analisar o processo após outubro, quando já estiver definido o novo presidente da República. Entre outras questões, a precaução visa evitar que a parceria Embraer-Boeing seja motivo de polêmica durante a campanha eleitoral.
Com a parceria concretizada, a joint venture de aviação comercial será liderada por uma equipe de executivos sediada no Brasil, enquanto a Boeing terá o controle operacional e de gestão da nova empresa. A partir da aliança das operações das duas companhias na linha comercial, poderão ser oferecidas ao mercado aeronaves de passageiros com capacidade de 70 a mais de 450 assentos.
O acordo prevê ainda a criação de uma outra joint venture voltada para o mercado de defesa. Terá destaque nessa linha o avião KC-390, modelo para transporte de carga e uso militar desenvolvido pela Embraer. A área da aviação executiva não foi mencionada e deve continuar sendo desenvolvida exclusivamente pela empresa brasileira, como já havia sido sinalizado em um comunicado ao mercado divulgado em abril.
As Negociações
Desde 2017, as duas empresas negociavam os termos de uma possível fusão das duas companhias. O governo brasileiro havia, entretanto, rechaçado a possibilidade da Embraer ser adquirida pela companhia norte-americana devido à importância estratégica da empresa.
A fabricante nacional é responsável por desenvolver duas linhas de aviões de caça, além de participar a transferência de tecnologia relacionada ao satélite estacionário brasileiro. Essas áreas são consideradas de grande relevância para a soberania do país. (Com informações da Agência Brasil)