Convocados pela Associação de Distribuidores e Atacadistas do Tocantins (Adat), empresários do comércio estiveram reunidos no fim da manhã desta quinta-feira, 11, para debater a revisão da concessão de incentivos fiscais anunciada pelo governo estadual. O entendimento do empresariado presente no encontro é de que não vão conseguir dissuadir o Executivo, por isso ficou decidido a organização da categoria para negociar e amenizar os impactos da decisão.
No encontro ficou decidido que cada setor representado pela Adat – supermercados, materiais de construção, autopeças medicamentos – vão se reunir separadamente durante a próxima semana para definir os principais gargalos, problemas e elaborar as próprias sugestões. Uma nova reunião conjunta já está marcada para o dia 28, novamente na sede da Associação Comercial e Industrial de Palmas (Acipa), onde todas as demandas de cada área vão alimentar um documento único a ser apresentado ao governo para abastecer a negociação.
O presidente da Adat, Luiz Cláudio Ceolin Tose, afirmou na reunião que a expectativa do governo é reduzir em R$ 600 milhões a renúncia de receita – que estaria na casa do R$ 1 bilhão. Segundo prevê, a área mais impactada neste cenário será o comércio, isto porque o objetivo do Palácio Araguaia seria a industrialização do Estado, e devido a esta meta, não mexeria nos incentivos da indústria.
Diante desta perspectiva que a Adat defendeu que cada setor levante com detalhes os seus números para ter poder de argumentação na hora de negociar com o governo. “Certeza que vão ouvir a gente. Eles não vão querer matar todo mundo também”, justificou aos colegas. Luiz Cláudio aposta no discurso de que o Poder Público deve beneficiar aqueles que realmente contribuem para o desenvolvimento econômico do Tocantins, mantendo sedes e consumindo no Estado, gerando empregos.
Invasões de empresas
Neste sentido, Luiz Cláudio defende até a mudança de critérios para estas concessões de benefícios, garantido apenas aqueles que geram emprego, renda e consumo no Tocantins. “O maior problema que existe dentro do Estado são as invasões de empresas de fora que vem vender aqui dentro e competem de maneira desigual. As empresas de fora vem só vender aqui, mas o combustível é abastecido lá em Goiás, compra pneu lá, os funcionários estão lá, e não deixa nada aqui”, disse em entrevista ao CT.
Alguns presentes na reunião defenderam a necessidade de encontrar um interlocutor político, sendo citados os nomes de César Halum (PRB) e Tom Lyra. A importância dos deputados estaduais – que deverão votar qualquer mudança nos incentivos fiscais – também foi destacada, mas o presidente da Adat avalia que pouco respaldo será encontrado Assembleia Legislativa, visto que a maioria está com o Palácio Araguaia.
Ouça o presidente da Adat, Luiz Cláudio Ceolin Tose, no Podcast CT: