Os presidentes das Federações das Indústrias do Tocantins (Fieto), Roberto Pires, e de Rondônia (Fiero), Marcelo Thomé, apresentaram à imprensa na manhã desta quarta-feira, 29, o Instituto Amazônia+21. A proposta é incentivar a exploração sustentável de terras subutilizadas e degradadas da região amazônica e, com isso, atrair empresas e gerar desenvolvimento.
Segundo Thomé, a ideia surgiu após o Fórum Mundial Amazônia+21, realizado entre os dias 4 e 6 de novembro de 2020. Como as federações da indústria dos nove Estados da região da Amazônia Legal, entre eles o Tocantins, contam com estudos de cadeias produtivas e estrutura para formação de mão de obra, as entidades, então, decidiram pela criação do Instituto Amazônia+21, com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A entidade atuará na consultoria, na elaboração do projeto e também na busca por soluções financeiras para a execução.
O presidente da Fiero contou que dois segmentos foram definidos para o início de estudos de projetos, o de biogás, na áreas de substratos da indústria e de resíduos sólidos urbanos; e outro é o de integração de floresta, lavoura e pecuária. Thomé disse que o foco primordial é a sustentabilidade e a produtividade, sem agressão ao meio ambiente. “O mundo só colocará dinheiro em empreendimentos sustentáveis”, ressaltou.
Ele defendeu que a atração de empresas e investimentos para a região amazônica pode ser feita sem se avançar sobre as florestas, apenas com áreas subutilizadas e degradadas. O presidente da Fieto, Roberto Pires, lembrou que o Tocantins pode dobrar sua capacidade agrícola sem devastar. Thomé contou que Rondônia, seu Estado, tem 70% de áreas de pastagens degradadas ou subutilizadas.
O presidente da Fiero afirmou que os estudos sobre o montante de investimentos e de empregos que esta proposta pode gerar ainda estão em andamento e a projeção não é fácil. No entanto, ilustrou as possibilidades que estão colocada para a região amazônica com o biogás de Rondônia, onde a previsão é de investimentos de R$ 2 bilhões. No caso do Tocantins, a Fieto já tem oito estudos de cadeias produtivas, lembrou o presidente da Fieto, Roberto Pires, para subsidiar as empresas interessadas em investir no Estado.
Pires afirmou que o Instituto Amazônia+21 pode realizar o sonho de fazer com que os insumos passem a ser transformados no próprio Estado, que, enfim, deixaria de ser apenas um corredor de matérias-primas. “Com isso, podemos mudar a realidade da geração de empregos no Tocantins, onde 42% são do setor público”, afirmou. “Esse é o ponto fulcral desta proposta”, concordou o presidente da Fiero, Marcelo Thomé.