Há mais de 2 anos, exteriorizo a minha preocupação com o surto inflacionário que já não é mais iminente, como relato no artigo: O Brasil pode estar na iminência de um surto inflacionário publicado em 2019 na Coluna do CT.
A Carta de sugestão para o Presidente Bolsonaro, além de apontar caminhos para uma agenda propositiva e clara para o Brasil, também é um pedido de socorro!
O assunto mais comentado da semana são os inúmeros aumentos no preço do combustível em um país autossuficiente nas suas reservas energéticas.
MAS POR QUÊ AUMENTA TANTO, O PREÇO DO COMBUSTÍVEL QUE IMPACTA DIRETAMENTE NO BOLSO DO POVO BRASILEIRO?
Na verdade, o que o governo precisa fazer é investir nas refinarias, realizando uma forte política de P&D. Erros que vem se perpetuando desde outros governos.
Vejam: Como ocorre na Venezuela, o nosso refino não tem a tecnologia para refinar o petróleo brasileiro. O Brasil tem 17 refinarias de petróleo, 13 dessas refinarias pertencem à Petrobras e respondem por 98,2% da capacidade total. Só que essas refinarias não têm como trabalhar com o óleo brasileiro. EU EXPLICO O POR QUÊ:
Antigamente as refinarias brasileiras não foram construídas para nosso petróleo, o nosso petróleo é mais pesado do que dos sauditas. Como não tínhamos ainda descobertas as bacias, o óleo que abastecia era importado, em sua maior parte do Oriente Médio.
Por isso que após a descoberta do petróleo, as nossas refinarias não foram aperfeiçoadas para o refino do óleo brasileiro. Aí, fica muito caro refinar o nosso petróleo, e não houve uma política de P&D para mudar esse cenário, que diminuiria muito o custo do combustível.
Além do mais, com a diminuição do custo para refinar o nosso óleo, também não prejudicaria a arrecadação dos Estados e da União com a comercialização do combustível. Garantindo a importante destinação dos recursos para o “PACTO FEDERATIVO”, que precisa sim! ser reformada, conforme ponderado nesse outro artigo: Pacto Federativo sem municipalidade, Pacto Federativo não é!
Além disso, o governo precisa acabar com o PPI, criado pelo governo Temer e potencializado pelo presidente Bolsonaro, que mantém o Preço de Paridade de Importação (PPI).
Essa política é totalmente desproporcional para o país, benéfico para o mercado especulativo, que enche o bolso dos acionistas e condena o povo brasileiro.
Essas ações acima, são decisões de curto e médio prazo!
AÇÕES DE MÉDIO E LONGO PRAZO:
Precisamos tributar as grandes fortunas (os países do primeiro mundo já fazem isso).
CLARO! com a contrapartida de que o governo vai gradativamente desonerar a carga tributária de BENS DE CONSUMO, com objetivo de aumentar o poder aquisitivo das massas.
Em paralelo, e em sinergia com o aumento do poder aquisitivo e de bens de consumo das massas, é necessário fazer uma forte política de industrialização de forma nacionalista, investindo em P&D para que a OFERTA AGREGADA possa atender a DEMANDA AGREGADA de forma sustentável e gradativa, para que não ocorra uma pressão inflacionária com o aumento da demanda.
FELIPE ROCHA
É administrador de empresas, concluindo o Master Business Economics (MBE) em Economia Brasileira para negócios pela FEA-RP/USP, consultor em gestão pública e empresário do ramo financeiro, do agronegócio e da construção civil.
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