O Espaço Cultural recebe nesta quinta-feira, 20, o “Grito do Agro”, evento da Frente de Entidades do Agronegócio Tocantinense (Feato) para debater as principais pautas dos produtores rurais. Ao todo, 17 são listadas pela entidade. A programação será das 8 às 18 horas e contará com palestras e rodas de conversa.
PAUTAS
O grupo já elencou os principais temas a serem debatidos no evento, o que inclui: melhoria no atendimento e sistemas do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins); agilidade nos processos de regularização ambiental; realocações de área de reserva legal; compensação de áreas consolidadas; elaboração de plano de manejo de Áreas de Proteção Ambiental (APAs); aprovação do Código de Florestas do Tocantins; implementação das cotas de regularização ambiental (CRAs); transparência nas informações sobre desmatamento; aplicação do fundo de meio ambiente em projetos beneficiem o setor produtivo; zoneamento ecológico-econômico (ZEE); créditos de carbono; regularização fundiária; manutenção de rodovias; segurança no campo; avanços no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar e criação da política agrícola e atualização da ambiental.
PRESSÃO DO GOVERNO
O evento acontece mesmo após o governo estadual atuar para desmobilizar produtores. Três entidades cederam: a Federação da Agricultura e Pecuária (Faet) e as Associações dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) e de Desenvolvimento Sustentável do Tocantins (Adsto).
INSATISFAÇÃO NÃO É COM GOVERNO
Contudo, os organizadores têm dito que a insatisfação do agronegócio tocantinense não é com o governo do Estado, mas com várias situações que dificultam a produção. Para falar sobre o tema, a Coluna do CT entrevistou no dia 4 o presidente da Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (Aproest), Wagno Milhomem; o consultor Adrian da Silva e o diretor executivo da Federação das Associações e Entidades Rurais do Tocantins (Faerto), Odilon Andrade Filho. “Ninguém está querendo colocar essa situação na conta deste governo, porque tem problemas que estão sendo gestados há 10, 12 anos ou até mais do que isso”, explicou Adrian.
CAMINHAR JUNTO COM GOVERNO
Para o consultor, os produtores, na verdade, “estão fazendo mea culpa de assumir a omissão” e “participando mais ativamente da solução dos problemas”. “A gente quer reparar isso e quer caminhar junto com este governo, porque podemos ajudar nas soluções, uma vez que somos conhecedores das dificuldades”, explicou.
RISCO DE PARAR EMPREENDIMENTOS
Entre os temas, a categoria reclama, por exemplo, da morosidade e dificuldade de se conseguir licenciamento ambiental no Naturatins e da falta de atualização da legislação desse setor no Tocantins. “O Estado não consegue dar vazão, não veio dando vazão todos esses anos, e chegou num ponto em que alguns empreendimentos que dependem da análise do CAR estão estão correndo o risco de ser paralisados”, alertou Adrian.
EMPREGOS, RENDA E IMPOSTOS
O consultor lembrou que essa iniciativa de unir os produtores rurais dessa forma é inédita no Tocantins. “Uma união do setor para chamar a atenção de que, se alguma coisa não for feita, muitos empreendedores vão acabar indo embora, e aquele esforço de atrair gente para desenvolver o Estado vai ser perdido. Quando os negócios param, para o emprego, para a geração de renda, param serviços e para a arrecadação também”, reforçou.