O dragão do passado, a inflação, voltou para complicar ainda mais a vida do brasileiro. Nos 12 meses de 2021, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou variação de 10,06%. Ou seja, voltamos aos dois dígitos de inflação, com a maior alta para o período de janeiro a dezembro desde 2015 (10,67%), ainda no governo Dilma Rousseff.
Os números foram divulgados nesta terça-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Estourou a meta
Com esse resultado, o País estourou a meta de inflação, que era de 3,75% no ano passado, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, podendo chegar, portanto, até a máxima de 5,25%.
Bolsonaro, Dilma e FHC
Antes de Dilma e Bolsonaro, a última vez que o País havia registrado dois dígitos de inflação, no período do Real, foi em 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso (12,53%), com o mercado assombrado diante da expectativa do governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Mercado ainda esperava um dígito
O mercado esperava inflação de 9,99%, ainda na casa de um dígito, segundo o último Boletim Focus divulgado pelo BC. A alta do IPCA em dezembro foi de 0,73%, leve recuo em relação ao índice de 0,95% registrado em novembro.
Combustíveis puxam aumento
Puxado pela alta dos combustíveis (+49,02%), o grupo Transportes liderou a inflação em 2021, com crescimento de 21,03% no ano, seguido por Habitação (13,05%) – graças principalmente aos aumentos de 21,21% e 36,99% nos preços da energia elétrica e do gás de botijão, respectivamente.
“A gasolina, subitem de maior peso no IPCA, subiu 47,49%, e o etanol, 62,23%. Apenas nos meses de abril e dezembro houve queda nos preços dos combustíveis”, diz o IBGE.
Menores altas
As menores altas foram registradas nos grupos de Comunicação (1,38%), Educação (2,81%) e Saúde e Cuidados Pessoais (3,70%).
Por capital
Entre as capitais, Curitiba (PR) registrou a maior inflação em 2021, com 12,73%, seguida por Vitória (ES), com 11,50%, e Rio Branco (AC), com 11,43%.
Os menores índices são os de Belém (PA), com 8,10%, Rio de Janeiro (RJ), com 8,58%, e Brasília (DF), com 9,34%. São Paulo, cidade mais populosa do país, teve alta de 9,59% no IPCA. (Com informações da Agência Ansa)