Estimados leitores e leitoras! Como vocês estão. Fizemos a suplementação eleitoral, e agora? Será que muda alguma coisa na gestão pública tocantinense? Será que haverá equilíbrio financeiro? Será que a Lei Eleitoral permite alguma mudança na gestão até novembro? Será que o governador eleito será cassado? Será que a oposição ao governador ficará acomodada? Será que os pseudos jornalistas das redes sociais e das fake news ficarão acomodados? Será que o Estado mais novo da Federação é o mais velho, quando se trata de política e de gestão pública?
Nos últimos dez anos o Estado do Tocantins se transformou em um campo de batalha político, jurídico e econômico, um verdadeiro caos. Somou-se a isto a crise econômica internacional iniciada em 2008 nos Estados Unidos, a queda do preço do petróleo e do aço e a derrocada política, econômica, social e jurídica iniciada em 2014 no Brasil, tornando inviável ser gestor público federal, estadual ou municipal, principalmente no Tocantins O sistema público faliu. A saúde brasileira é um caos. A segurança pública é um caos. A educação é um caos. A economia é um caos. O desemprego é um caos. O tráfico de drogas é um caos. As milícias são um caos. Os presídios são um caos. O Congresso Nacional é um caos. O Brasil é um caos. Todo mundo sabe disto.
[bs-quote quote=”Então, como explicar o caos que se instalou no Tocantins e no Brasil? Na minha humilde concepção, acredito que o distanciamento entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário é o principal motivo” style=”default” align=”right” author_name=”TADEU ZERBINI” author_job=”É economista e consultor” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/04/TadeuZerbini60.jpg”][/bs-quote]
Mas o Brasil também é a nossa pátria. É o lugar em que vivemos. É o lugar onde morreremos. É um país com uma potencialidade econômica de fazer inveja para o mundo inteiro. É um país belíssimo. Praias e rios fantásticos. Clima perfeito para produzir alimentos. Tem a maior floresta do mundo. Tem a maioria das riquezas do seu subsolo a serem exploradas. Tem universidades de sobra. Tem logística de transporte continental. Tem um povo pacifico que sabe conviver com as diferenças. É um país religioso, temente a Deus.
No Tocantins, não é diferente.
Então, como explicar o caos que se instalou no Tocantins e no Brasil?
Na minha humilde concepção, acredito que o distanciamento entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário é o principal motivo. As grandes nações passaram por graves problemas e algumas ainda passam, mas souberam resolver seus problemas, com os poderes constituídos unidos e fortalecidos. Aqui, no Tocantins e no Brasil, me parece que existe uma disputa entre os poderes e isto enfraquece a nação e o Estado do Tocantins. Se houvesse bom senso entre os dirigentes maiores da nação e do nosso Estado, com certeza não haveria este caos.
Para corrigir o caos, só com medidas duras, impopulares e que não caibam discussões e ações jurídicas intermináveis. A democracia é importante para o país, mas tem que ter limites. Não podemos confundir democracia com anarquia e nem populismo com política.
Depois de tantas operações policiais com condução coercitiva, o STF decidiu que isto não pode acontecer. Por que aconteceu? Quem vai ser responsabilizado, se é que vai? Quem autorizou?
Para que serve o Congresso Nacional? Não é para fiscalizar o executivo e fazer ou alterar Leis que melhorem a vida dos cidadãos? Por que isto não acontece? A preocupação maior dos senadores e deputados é sempre as emendas orçamentárias impositivas. Legislam em benefício próprio. Como um candidato a deputado federal ou senador, sem mandato, pode competir com os já eleitos que distribuíram emendas em suas bases, que tem centenas de empregos nos estados, municípios e no próprio congresso nacional? E caso os eleitos não possam concorrer a uma eleição, a Lei permite que coloquem as esposas ou os filhos para concorrerem. As oligarquias regionais continuam a mandar no país como sempre foi. O caos político é o pior entre todos os outros.
Com este cenário macabro, tem milhares de brasileiros, principalmente aqui no Tocantins, multiplicando o caos nas redes sociais, em comentários maldosos,
artigos e reportagens sem a mínima capacidade técnica ou profissional para isto, simplesmente para agradar seus patrões. Não medem as consequências de seus atos. Não pensam no país, no Tocantins e muito menos na população mais pobre que é quem realmente precisa dos serviços públicos e da proteção do Estado. Será que em um país continental como o nosso e em um Estado novo como o Tocantins não existem notícias boas e motivadoras. A síndrome de cachorro vira-lata espelha muito bem a personalidade maléfica dos multiplicadores do caos.
Estamos retornado para a idade das trevas. A intolerância e a inconsequência tomaram conta do povo brasileiro e do povo tocantinense. Temos que reagir, mesmo magoados e incomodados. Temos que pregar a união e não multiplicar a discórdia. Temos que levantar nossas cabeças e escolhermos melhor nossos representantes.
Temos que cobrar dos dirigentes do Poder Executivo, mas muito mais dos que estão no Judiciário e no Legislativo. Os poderes tem que ser harmônicos entre si. Não existe um melhor do que o outro. Os três formam um país, uma democracia e uma república. Em nosso país, os partidos políticos têm donos e são eles que definem quem dirige o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Então, esta questão de ficha suja deveria ser estendida aos partidos políticos, porque são os partidos que definem os candidatos e apoiam financeiramente aqueles que eles querem eleger. A base dos nossos problemas está nos partidos políticos e não nos candidatos eleitos.
E o diabo continua a dar gargalhadas.
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br