O presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes Bovinas, Suínas, Aves, Peixes e Derivados do Estado do Tocantins (Sindicarnes), Gilson Cabral, não viu com bons olhos a Medida Provisória que reduz de 12% para 7% o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) referente às saídas interestaduais realizadas com bovinos, bufalinos e suínos vivos. Para o sindicalista, o texto é “contrário ao fortalecimento da indústria”. O posicionamento do Sindicarnes é bem diferente do adotado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet), que fez questão de agradecer a sensibilidade do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) de diminuir o carga tributária.
ESTADOS VIZINHOS VÃO APROVEITAR
Gilson Cabral explica o raciocínio em vídeo. Conforme o presidente do Sindicarnes, o Estado sentirá a médio e longo prazo uma dificuldade na reposição dos animais. “Irá sair muito gado do Tocantins. Os estados vizinhos vão aproveitar esta alíquota e esta pauta baixa e, com certeza, haverá uma saída grande de gado vivo, e a tendência a do rebanho nosso é diminuir. Com a diminuição, a produção industrial tende a ficar mais dificultosa, mais cara. Isso vai gerar menos postos de trabalho, investimentos e, principalmente, menos confiança”, resume.
GERA DESCONFIANÇA DO EMPRESÁRIO
O presidente do Sindicarnes afirma que a Medida Provisória gera “uma certa desconfiança” de quem investe no Estado. “Nos últimos anos, mais de 150 milhões foram investidos nas câmara frigoríficas do Tocantins, mas a política pública não tem coadunado com os investimentos destes empresários”, afirma.
CONTRA PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO
Gilson Cabral citou que houve o número de cabeças de gado no Tocantins chegando a 10,7 milhões quando as pautas a alíquotas foram igualadas. Um crescimento de 35% em quatro anos, cita o sindicalista. “Com esta medida a tendência é que o rebanho volte a diminuir ou se estagne novamente, e isso é ruim para o Estado, porque as indústrias têm buscado no mercado, tem buscado fortalecimento uma participação maior no mercado nacional e internacional. A cadeia produtiva como um todo não tem acompanhado porque as medidas contrárias a produção da matéria-prima para as indústrias vem contra todo o processo de industrialização do Estado”, defende.
PARA FAET, GOVERNADOR FOI SENSÍVEL
Já o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet), Paulo Carneiro, divulgou material à imprensa para comemorar a redução de de 12% para 7% do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS) referente às operações de saída interestaduais realizadas com bovinos, bufalinos e suínos vivos. A Faet destacou que já tinha feito uma série de apelos ao Palácio Araguaia. “Agradeço ao governador Wanderlei Barbosa por mais uma vez demonstrar que está sensível aos nossos assuntos. Ele é produtor também e sabe como uma medida dessa é capaz de impactar fortemente no nosso setor”, disse o representante por meio da assessoria. A entidade fez questão de destacar a articulação da Assembleia Legislativa (Aleto) no ajuste, citando especialmente o deputado Gutierres Torquato (PDT).
Confira o vídeo: