A necessidade de o Tocantins superar sua crise fiscal também marcou o discurso do presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fieto) no 4° Encontro Estadual da Indústria, realizado na noite dessa quinta-feira, 22, em Palmas. O evento reuniu os mais importantes empresários tocantinenses, o governador Mauro Carlesse (PHS), a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), e as mais diversas autoridades estaduais.
Em seu discurso, Pires afirmou que, a exemplo do resto do País, a indústria do Tocantins “continua sofrendo os efeitos da crise”. A boa notícia, conforme o presidente da Fieto, é que no ano passado o Produto Interno Bruto (PIB) do Tocantins voltou a crescer após dois anos de retração. No entanto, o empresário contou que levantamento sobre a estimativa do PIB da indústria estadual, elaborado em junto com a Universidade Federal do Tocantins (UFT), mostra que o valor negociado pelo setor nos últimos anos se manteve praticamente estável. Assim, o PIB tocantinense só voltou a crescer em função do agronegócio.
Refém do fisiologismo
Porém, ressaltou o presidente da Fieto, apesar da força e da importância do agronegócio, o estudo aponta que cerca de 30% da economia tocantinense ainda depende do Poder Público. “Ou seja, três décadas depois da criação do nosso Estado, o Tocantins continua refém do fisiologismo político que alimenta uma máquina pública inchada porque continua responsável por quase metade dos empregos formais, uma tecla em que nós da Fieto batemos insistentemente”, avaliou Pires.
Para ele, “o mais cruel desta dependência” é o desequilíbrio das contas públicas. O presidente da Fieto explicou que o custo desta máquina demanda parte considerável da receita, recursos, disse, que poderiam ser utilizados para melhorar a infraestrutura, “atraindo mais investimentos, girando a roda da economia, mais emprego, mais dinheiro rodando, mais consumo, mais receita com impostos e, consequentemente, mais recursos para investimentos públicos”. “É um ciclo virtuoso”, afirmou.
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Mas, para que isso aconteça, Pires defendeu que é importante que o Estado “evolua nas suas políticas públicas”. “É essencial que profissionalize a gestão, modernize seus processos e crie condições que estimulem nosso desenvolvimento. Investidores, sejam eles de qualquer porte, obviamente procuram lugares onde, por um lado, haja atrativos e, por outro, menor risco possível para o seu investimento”, disse.
O presidente da Fieto ressaltou que o Tocantins possui quase a metade de suas terras agricultáveis, recursos minerais e hídricos em abundância e muito pouco explorado, além de contar com localização absolutamente privilegiada do ponto de vista logístico. “Portanto, se o Tocantins não se desenvolve tanto quanto poderia, certamente não é por falta de atrativos naturais”, concluiu Pires.
Palestra e estudo
Nesse 4° Encontro Estadual da Indústria, a Fieto entregou ao governador Mauro Carlesse o Estudo das Cadeias Produtivas de Lácteos, Avicultura e Suinocultura do Tocantins. O evento ainda contou com palestra do jornalista William Waack com o tema “Economia e Política no Brasil com um Novo Governo”, sobre sua visão sobre o momento do País.