A Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet) é mais uma entidade que não quer relação com o “Grito do Agro”, agenda do setor produtivo marcada para 20 de fevereiro com o objetivo de unir a cadeia e discutir as principais demandas do setor. O evento não é visto com bons olhos pelo Palácio Araguaia, que tenta esvaziar a programação. As Associações para o Desenvolvimento Sustentável (Adsto) e dos Produtores de Soja (Aprosoja) foram os primeiros a anunciar desistência de participar da mobilização e ambas fizeram questão de exaltar o atual canal de diálogo com o governo estadual.
FAET NUNCA FEZ PARTE DO GRITO, APESAR DE TER PARTICIPADO DAS DISCUSSÕES E ENCAMINHAMENTOS
Diferente da Adsto e Aprosoja – que desistiram de participar -, a Faet inicia a nota alegando que “nunca integrou” o “Grito do Agro”, mas apenas “participou das discussões e contribuiu com os encaminhamentos”. Entretanto, a federação segue a linha de discurso das demais ao citar uma boa relação com o Palácio Araguaia. “[A Faet] sempre se posicionou contrária à realização do movimento, por entender que o governo do Estado tem se mantido receptivo às demandas do setor e ao diálogo permanente com o segmento rural”, argumenta.
COMPROMISSO GOVERNAMENTAL
A Faet vai um pouco mais além e lista ações que representam “significativos avanços” resultado do “compromisso governamental em atender demandas do setor”. “Um exemplo desta postura do governo é a recente mudança na presidência do Naturatins [Instituto Natureza do Tocantins], com a nomeação de profissional de perfil técnico e com experiência na área ambiental. Além disso, foi estabelecida uma agenda mensal de prestação de contas das ações, com devido acompanhamento e discussão com entidades do setor agropecuário”, diz a nota assinada pelo presidente da federação, Paulo Carneiro.
SECRETÁRIO CONFIRMOU OPERAÇÃO ESVAZIA
Ao ser questionado sobre o motivo de o governo estar trabalhando para esvaziar o evento da frente, um secretário, que encaminhou as duas primeiras notas, da Adsto e Aprosoja, confirmou: “Se transformou em um evento político. Esse é o problema. Ninguém quer bater palma para maluco dançar”.
MOVIMENTO PROPOSITIVO E PACÍFICO
À Coluna do CT, o presidente da Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (Aproest), Wagno Milhomem, defendeu nessa terça-feira, 28, que a agenda não busca o embate com o Palácio Araguaia, pelo contrário. “Tem setores no governo que estão dando uma interpretação de que é confronto, e não é nada disso. O movimento é propositivo, é pacífico, voltado para contribuir com a gestão pública, no que diz respeito aos atendimentos, principalmente em relação à questão ambiental”, argumenta.
INSEGURANÇA JURÍDICA AUMENTA E SOMENTE DIÁLOGO PODE PROMOVER SOLUÇÕES
Wagno Milhomem ainda faz um apelo para que estes membros do governo deixem de levar esta mensagem de confronto ao Palácio Araguaia. “Que repensem. Não procede”, reforçou. “É um grande ato de valorização do setor produtivo e voltado para melhoria da relação entre produtor, governo e demais organizações. […] A gente espera a compreensão do governo neste momento crítico que estamos passando, onde a insegurança jurídica no campo aumenta a cada dia. Somente através do diálogo, da aproximação maior, é que nós vamos ter condições de promover soluções viáveis para o Tocantins”, acrescentou o presidente da Aproest.
Leia a íntegra da nota:
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