Na semana passada, houve especulação de toda ordem sobre o que poderia acontecer no país caso o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva fosse preso. A primeira apreensão ficou por conta da deliberação sobre análise do HC (habeas corpus), na sessão de quarta-feira, 4, no Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante o período, diríamos, após a confirmação da condenação em segunda instância pelo TRF4, em Porto Alegre (RS), destacando esta semana em particular, podemos afirmar que as pessoas não deixaram de ir cumprir suas obrigações, como ir ao médico, escolas, faculdades e compras. As fábricas continuaram trabalhando, comércio procurando vender, a agricultura fazendo seu papel de grande importância no país. Processo eleitoral de todos os níveis correndo normal do ponto de vistas de análises de partidos e viabilização de candidaturas, com planos B ou C.
Bolsa de valores, taxa do dólar, investimentos produtivos e financeiros, também dentro da normalidade. Em resumo: podemos afirmar que o país não parou em relação ao tema da prisão do ex-presidente. Obviamente que foi assunto central da imprensa, mas não necessariamente da maioria das pessoas.
Muitos falaram de grandes manifestações, mudança de hábitos das pessoas no seu dia a dia e também que os mercados e a economia fossem ser abalados. Nada neste sentido ocorreu. Importante mencionar que parte da imprensa internacional fez esta análise de forma acentuada como se fosse ocorrer uma grande instabilidade momentânea do Brasil de forma totalmente equivocada, e diria até irresponsável.
Pois bem. Passado todo o contexto e o ápice que foi a prisão do ex-presidente, ficou claro que não houve nada de anormal do ponto de vista prático em toda a sociedade. Ocorreu no máximo pontuais manifestações a favor e contra, mas de forma muito tímida.
Portanto, não devemos imaginar que o Brasil ficou prejudicado e parado com esta situação do ponto de vista real e prático. Os fatos acima demonstram isto de forma clara.
MARCELLO LEONARDI BEZERRA
É professor e economista
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