Os veículos de carga pesada já podem ser punidos se desobedecerem as novas normas de tráfego estabelecidas pela Prefeitura de Palmas em agosto do ano passado. A fiscalização foi iniciada neste mês pelo Executivo. Com a medida, o Sindicato dos Caminhoneiros do Tocantins (Sincamto) prevê impactos no prazo de entrega de mercadorias na Capital e não descarta a possibilidade de aumento no frete. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) tinha minimizado o impacto das normas.
Presidente do Sincamto, José Aparecido conversou com o CT nesta quarta-feira, 28, e admitiu que a medida pode ter como “ponto positivo” a “melhoria do trânsito”. Por outro lado, o sindicalista ponderou que esta vantagem virá acompanhada de algumas consequências. “Vai dificultar a entrega, vai atrasar. Ou seja, vai prejudicar o supermercado que está esperando esta mercadoria na prateleira e quem quer usá-la. E a população vai ser prejudicada porque vai sobrecarregar o frete”, lista.
José Aparecido indica aumento até do próprio produto transportado. “Isso pode repercutir no preço da mercadoria porque vai ter mais custo. Uma máquina parada gera custos, e é para todos”, argumenta. “Não estou dizendo que a medida é ruim, mas é aquela velha história: a corda quebra para o lado dos mais fracos. É competência do Executivo buscar esta melhoria [no trânsito], mas isto não significa que ninguém vai ser prejudicado”, completa o sindicalista.
O presidente do Sincamto acrescenta ainda que a categoria já vem sofrendo com outras fatores externos à regulamentação do trânsito da Capital, como o alto preço do combustível e a falta de segurança nas estradas. “O caminhoneiro já está passando por uma situação difícil. É uma boa ferramenta na distribuição de riquezas do País [o transporte rodoviário de carga], mas ninguém pode negar que vem passando por muitas dificuldades”, comenta.
“Mais tranquilo para clientes”
Já para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Palmas, Silvan Marcos Portilho, as novas regras para o tráfego de veículos pesados pode vir a ser positivo para o comércio. “Vai melhorar o fluxo nas vias e ficar mais tranquilo para os clientes transitarem. Pode ser uma coisa boa”, prevê. O empresário destaca que as grandes cidades já tem legislações no sentido de limitar o trânsito de caminhões e que os motoristas “já estão acostumados com o sistema”, enquanto os comerciantes deverão se adaptar. “Mas acredito que não vá influenciar muito”, pondera.
Por meio de material de divulgação da prefeitura, a gerente de Fiscalização de Trânsito da Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana (Sesmu), Glauce Kelly de Souza, defendeu que a regulamentação é necessária para diminuir o fluxo de veículos de cargas excessivas. “Essa normativa faz-se necessária, uma vez que esses caminhões de grandes portes acabam provocando diversos acidentes, já que nossa cidade tem muitas rotatórias, e com isso não comportam a passagens desses caminhões, veículos pesados e ônibus”, explica.
Caso motoristas de caminhões com mais de três eixos que transitarem pelo município em horários e trajetos diferentes dos estabelecidos pelo Decreto 1.435 de 2017 podem ser multados em até R$ 130,16 e receber quatro pontos na carteira nacional de habilitação.