O Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins) concluiu mais uma capacitação voltada para qualificação dos extensionistas rurais para aplicação na assistência técnica aos pequenos produtores rurais. Com o tema Agroindústria do Cerrado, o curso ocorreu no recém-inaugurado Laboratório de Ciência e Tecnologia de Alimentos (Lactec) da Unitins em parceria com o órgão, nessa quinta, 17 e sexta-feira, 18.
Foram dois dias de palestras e práticas sobre o processamento de alimentos, com aproveitamento integral de frutos do cerrado; uso da Plantas Alimentícias não convencionais (PANCs); e ainda o passo a passo para elaboração de projetos agroindústrias de fábricas de frutas.
Uma das responsáveis pela coordenação do curso, a engenheira de Alimentos do Ruraltins, Gabriela Barros, explicou que a qualificação visa atender as demandas dos produtores por meio de orientação técnica e profissional apropriada e eficaz no que se refere a todas as etapas de implantação e funcionamento de agroindústria de beneficiamento de frutos inclusive com direcionamento a propensão no mercado, e o que o mercado necessita.
“Além disso, com as práticas ministradas no laboratório, eles tiveram contato com que se aproxima da realidade de uma indústria, podendo levar aos produtores alternativas para agregar valor aquelas matérias primas que seriam excedente de produção deles, ou para aquelas matérias primas que não se encaixam no padrão comercial como por exemplo a produção de geleia de frutas desidratadas ou ainda para matérias de frutos nativos”, completou.
Com a palestra Plantas Alimentícias não Convencionais – da Natureza ao Prata, a professora e doutora em Engenharia Agrícola, Conceição Previero, apresentou e falou sobre o aproveitamento dessas plantas tanto na segurança alimentar e nutricional das famílias da agricultura familiar, quanto na difusão de tecnologias sustentáveis. “Nesse curso nós trabalhamos a questão da valoração dessas plantas porque às vezes nós temos nos nossos quintais, em jardim e até mesmo em terreno baldio e não tem os conhecimentos que são plantas que podem ser aproveitadas na alimentação”, ressaltou.
Práticas
O curso contou com orientações práticas da engenheira Gabriela, no processamento e aproveitamento de frutas, com a produção de geleia de abacaxi com pimenta, banana desidratada e polpa de maracujá.
As chefes de cozinha Malena Mota e Débora Almeida Lima também compartilharam seus conhecimentos na elaboração de receitas com o uso das PANCs. Do doce ao salgado, os participantes aprenderam a fazer brigadeiro com talo de capim cidreira e óleo prensado de babaçu; risoto com talo taioba, salsão e cenoura; caranha com recheio de molho pesto de talo de capim santo, alfavaca, folha de malva do reino; e bolinho com massa de mandioca e taioba recheada com carne de sol e queijo acompanhada com o molho pesto acrescentando folhas de mastruz.
Avaliações
A engenheira de Alimento da Regional de Porto Nacional, Aline Paula de Oliveira Evaristo, participou do curso e falou do quanto foi enriquecedor para a sua atuação profissional e principalmente para o atendimento às famílias rurais. “Excelente curso, desde a programação à escolha dos profissionais. Conseguimos absorver muitos conhecimentos, principalmente a fazer coisas que a gente não aplica no dia-a-dia, alimentos que muitas vezes a descarta podendo fazer o melhor aproveitamento deles, agregando valor a esses produtos. Então a gente vai conseguir passar mais informações aos produtores para que ele possa preparar melhor os alimentos que muitas vezes são descartados, e que poderia ser absorvido no mercado a partir do seu aproveitamento, como a produção de geleias e compotas”, destacou.
O extensionista Ricardo Anderson, do Ruraltins de São Bento, também destacou o quanto os conteúdos abordados poderão contribuir com a assistência técnica aos agricultores familiares do extremo norte do Estado. “No contexto em que a gente está vivendo, com o crescimento da problemática da crise sanitária, da escassez de alimentos, agregar conhecimentos na área do aproveitamento integral dos frutos do cerrado, no uso de plantas não convencionais é fundamental para que possamos amenizar a problemática de falta de alimentos e de recursos na nossa comunidade no nosso município e para outros do bico do papagaio”.
No ato de entrega dos certificados, o vice-presidente, José Aníbal destacou a importância e a prioridade desta gestão em qualificar a extensão rural do Estado para levar conhecimento e alternativas viáveis aos pequenos agricultores, para que tenham melhores condições de vida, qualidade alimentar e principalmente, possam agregar valor ao que é produzido na sua propriedade. “Para promover essas capacitações, o órgão tem firmado importantes parcerias, e uma delas é a Unitins, que compartilha conosco parte da estrutura do CTC – Agro, e como também o laboratório de Tecnologia de Alimentos. Nessa parceria contribuímos com a aquisição de equipamentos adquiridos por meio do Convênio Cerrado Jalapão”, finalizou. (Da assessoria de imprensa)