Por causa da não aprovação do Orçamento deste ano, previsto para ser votado apenas depois do carnaval, o Tesouro Nacional suspendeu as linhas de crédito do Plano Safra.Apesar de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), já ter anunciado a edição de Medida Provisória garantir o financiamento aos produtores, os deputados federais Vicentinho Júnior (Progressistas), Alexandre Guimarães (MDB) e a Federação da Agricultura e Pecuária (Faet) reagiram de imediato.
GOLPE IMPIEDOSO
Em nota, a Faet revela preocupação com o cenário. “A suspensão de novos financiamentos prejudica toda a cadeia produtiva e representa uma série ameaça à nossa segurança alimentar, ao equilíbrio dos preços dos alimentos e ao abastecimento geral do País. Retirar o apoio governamental nesse momento é um golpe impiedoso”, argumenta a federação, que antecipou aguardar uma “resposta imediata” do governo federal, já anunciada por Haddad.
CANCELAR ESTA MALUQUICE
Nas redes sociais, Vicentinho Júnior revelou já ter questionado o governo federal por meio da Comissão de Agricultura da Câmara – da qual é membro – para cancelar o que chamou de “maluquice”. “A suspensão atinge em cheio os pequenos e médios produtores, comprometendo o desenvolvimento do setor que carrega a economia do país nas costas e alimenta nossas famílias”, escreveu na publicação.
LAMENTÁVEL
Alexandre Guimarães também foi às redes criticar a medida e o governo federal. “Fez aquela publicidade toda para dizer que era o maior Plano Safra da história, para chegar no final e dizer que não tem recurso. É lamentável. […] O governo federal precisa aprender a fazer política econômica e a de pujança por este País”, afirmou.
ORÇAMENTO PRECISA SER APROVADO
Apesar das críticas, Fernando Haddad destaca que a suspensão pelo Tesouro Nacional foi resultado da não aprovação do orçamento de 2025. “É importante levar em consideração dos parlamentares, sobretudo do presidente do Congresso, que é importante aprovar o Orçamento porque nós já estamos aí terminando fevereiro e, para o bem da execução orçamentária e para que não haja nenhum outro tipo de problema em outros programas do governo, que o Orçamento seja aprovado”, defendeu.
Confira as manifestações:
Leia a integra da nota:
A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (FAET) expressa sua total indignação com a decisão da Secretaria do Tesouro Nacional de suspender, a partir de 21 de fevereiro de 2025, as novas contratações de financiamentos rurais subvencionados no âmbito do Plano Safra 2024/2025.
Essa atitude intempestiva coloca em risco a continuidade da produção agropecuária, compromete a segurança alimentar e ameaça a estabilidade econômica do setor. A agricultura e a pecuária são atividade que carece de planejamento estratégico e, consequentemente de ações previsíveis.
A suspensão do crédito rural não só gera uma sensação de insegurança entre os produtores, como agrava um cenário já delicado em função da elevação dos custos dos insumos, combustíveis e das ameaças de ordem tributária.
Muitos produtores ainda estão colhendo a safra atual sem clareza ainda dos resultados que serão obtidos, sobretudo com a comercialização da primeira safra. Outros estão iniciando a segunda safra, contando com novos recursos a serem contratados.
A suspensão de novos financiamentos prejudica toda a cadeia produtiva e representa uma série ameaça à nossa segurança alimentar, ao equilíbrio dos preços dos alimentos e ao abastecimento geral do pais. Retirar o apoio governamental nesse momento é um golpe impiedoso.
O agronegócio é um dos pilares da economia nacional, responsável por gerar empregos, impulsionar exportações e garantir alimentos acessíveis para toda a população. O governo federal tem uma responsabilidade inegável em assegurar o financiamento necessário para que o setor continue a desempenhar seu papel vital.
A escassez de recursos para a equalização de juros afeta diretamente a competitividade do setor, tornando-o ainda mais vulnerável a crises.
A FAET aguarda uma resposta imediata do Governo Federal, por meio de suas diversas instâncias, a esse clamor do setor rural, que exige a retomada da liberação de crédito do Plano Safra.
O que está em jogo não é apenas a sobrevivência do setor agropecuário, mas também o futuro da economia tocantinense e brasileira como um todo. Não podemos permitir que uma decisão equivocada e desastrosa prejudique de forma irreversível os produtores rurais e a nação.
Vamos continuar nossa luta incansável em defesa dos produtores rurais, cobrando ações imediatas e concretas que restabeleçam o crédito rural e garantam a prosperidade do setor, essencial para o Brasil.
Paulo Carneiro
Presidente