Estimados leitores e leitoras! Tudo bem com vocês? Como estão avaliando os primeiros 100 dias do governo Bolsonaro? Acham que ele está no caminho certo? O que acharam das viagens dele para os Estados Unidos e Israel? E a reforma de previdência, já definiram os prós e os contras? As vagas de empregos estão diminuindo muito rápido. Qual a solução para resolver o problema do desemprego? Vocês arriscariam um palpite? Vocês tem trabalho ou emprego?
Um estudo do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo esclarece que a maioria das pessoas associa as palavras trabalho e emprego como se fossem a mesma coisa, não são. Apesar de estarem ligadas, essas palavras possuem significados diferentes. O trabalho é mais antigo que o emprego, o trabalho existe desde o momento que o homem começou a transformar a natureza e o ambiente ao seu redor, fazendo utensílios e ferramentas. Por outro lado, o emprego é algo recente na história da humanidade e é um conceito que surgiu por volta da Revolução Industrial.
[bs-quote quote=”As novas tecnologias estão reduzindo drasticamente os empregos e com a evolução da inteligência artificial, as vagas de empregos serão insuficientes para atender a população brasileira. Os nossos políticos devem mudar a forma de pensar” style=”default” align=”right” author_name=”TADEU ZERBINI” author_job=”É economista e consultor” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/04/TadeuZerbini60.jpg”][/bs-quote]
De acordo com a definição do Dicionário do Pensamento Social do Século XX (vale a pena ler algumas partes dele), trabalho é o esforço humano dotado de um propósito e envolve a transformação da natureza através do dispêndio de capacidades físicas e mentais.
No começo dos tempos, o trabalho era a luta constante para sobreviver. A necessidade de comer de se abrigar, etc. era que determinava a necessidade de trabalhar. O avanço da agricultura, de seus instrumentos e ferramentas trouxe progressos ao trabalho. O advento do arado representou uma das primeiras revoluções no mundo do trabalho. Nos tempos primitivos, da Babilônia, do Egito, de Israel, etc., havia o trabalho escravo e o trabalho livre; havia até o trabalho de artesãos, mas não havia o emprego, tal como nós o compreendemos atualmente.
Na Idade Média também não havia a noção de emprego. A relação trabalhista da época era a relação senhor-servo. A servidão é diferente da escravidão, já que os servos são ligeiramente mais livres que os escravos. Também não existe qualquer vínculo contratual entre os dois, mesmo porque senhor e servo eram analfabetos.
Com o advento da Revolução Industrial, êxodo rural, concentração dos meios de produção, a maior parte da população não tinha nem ferramentas para trabalhar como artesãos. Sendo assim, restava às pessoas oferecer seu trabalho como moeda de troca. É nessa época que a noção de emprego toma sua forma. O conceito de emprego é característico da Idade Contemporânea.
Agora, pergunto a vocês: os governos federal, estaduais e municipais deveriam se preocupar com a criação de trabalho ou de emprego? Nossa cultura de planejamento, historicamente, está vinculada à criação de emprego e não de trabalho.
Existem pequenos municípios no Brasil em que a população ativa é quase toda composta de funcionários das prefeituras e câmaras municipais. Nunca existiram tantos funcionários públicos no nosso país como agora e, infelizmente, esses funcionários são remunerados por meio de impostos pagos pelo povo.
As novas tecnologias estão reduzindo drasticamente os empregos e com a evolução da inteligência artificial, as vagas de empregos serão insuficientes para atender a população brasileira. Os nossos políticos devem mudar a forma de pensar. Com os altos custos dos encargos sobre o salário, existe a tendência de diminuir a oferta de novas vagas.
Eu sei que pensar fora da caixa, é difícil, mas é necessário. O mundo mudou e vai mudar mais rápido. Enquanto milhões de pessoas não têm o que fazer, os governos continuam a criar empregos milionários para seus apaniguados. Observem os canais de televisão da TV Justiça, TV Senado, TV Câmara, TV Assembleias e por aí vai, e que ninguém assiste, mas que têm empregados recebendo verdadeiras fortunas. Quantos bilhões são oferecidos como incentivos fiscais para as indústrias, que a cada ano diminuem o número de vagas de emprego? Quantos bilhões são destinados como subsidio à agricultura e pecuária e que geram um baixo número de empregos?
Não seria melhor investir na oferta de crédito subsidiado e com garantia para empreendedores individuais, para fomentar a economia criativa, para formar com qualidade novos empreendedores e para abertura simplificada de pequenos negócios, com seriedade e acompanhamento?
Um dos setores que mais geram empregos é o comércio, mas as vendas virtuais já são prioridade na vida de milhares de brasileiros e já cresce exponencialmente o número de pessoas que estão participando efetivamente do marketing multinível ou de rede, como é conhecido popularmente.
Os empregos diminuem no mundo todo e custam muito caro para os governos e empresas. O processo de mudança para a era digital já é uma realidade na aquisição de bens e serviços.
Já existem experiências na área médica, onde o paciente consulta pela internet e recebe em sua casa os medicamentos receitados pelo médico que o acompanha virtualmente.
As atividades de governos estão sendo repensadas e daqui mais alguns anos as vagas de empregos no serviço público serão mínimas. Na iniciativa privada, a velocidade do uso da inteligência artificial está gerando desemprego em massa, basta acompanhar as pesquisas sobre desemprego que são divulgadas mensalmente
Abram a capa do olho.
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br