I Introdução
O homem sempre foi objeto de investigação e estudo ao longo da história da humanidade. Quem é o homem? Como entender o homem? Qual o limite do homem? Desse esforço histórico é que brotou o movimento filosófico-social denominado “humanismo”. Esta palavra sempre tem um sentido muito positivo porque se propõe fundamentalmente a valorizar o homem em sua plenitude como ser. Entretanto esta palavra pode ter pelo menos três sentidos básicos:
a) Humanismo como movimento histórico literário. Refere-se a um movimento cultural cujas raízes estão nos séculos XIII e XIV, tem seu esplendor nos séculos XV e XVI. Esse movimento tenta resgatar os valores humanos e literários oriundos da cultura greco-romana.
b) Humanismo como movimento especulativo-filosófico
c) Humanismo como movimento ético-sociológico
Mas, de qualquer forma, poderíamos sintetizar dizendo que o humanismo vê o homem como PESSOA. Isto significa que o homem é uma totalidade que não pode ser reduzida a nenhuma dimensão, por mais importante que seja.
O homem tem uma dimensão biológica, psicológica, social, cultural, religiosa, política, econômica, mas ele é pessoa, no sentido de que todas estas dimensões são aproximações de sua essência, isto é, ele é tudo isso e muito mais. O homem é um mistério, uma surpresa, um desafio. É, na concepção tomista, “a eminência ontológica”, isto é, o ser mais importante do universo, porque se constitui na criação obra-prima do Criador. É a partir deste conceito humanista de Pessoa que não se pode aceitar que o homem seja apenas um indivíduo (biológico); um ser consciente e inconsciente (psicológico); um ser de relações (social); um ser libidinoso (sexual); um ser produto da cultura (cultural); um ser que produz (econômico); um ser que gravita em torno do poder (político); um ser que reza (religioso). Não, tudo isso ajuda a compreender o homem, mas pode reduzi-lo a um animal, a uma coisa. Você não pode ver o homem como uma pessoa a partir de uma única dimensão. O homem, portanto, é um ser complexo: ele possui infinitas dimensões que ao longo da história foram sendo integradas em seu ser a partir do ato criador do Pai. Neste sentido, o Pai continua criando o homem, isto é, tornando-o cada vez mais Pessoa. Personalidade é sinônimo de complexidade. Cuidado para não desfolhar a margarida, pois você não teria, nunca mais, uma margarida. Cada pétala de uma flor é uma dimensão dessa flor que não pode ser negada, sob pena de não termos mais a flor.
Do ponto de vista do humanismo filosófico, a pessoa humana tem uma tríplice dimensão:
1 Dimensão da Consciência
O homem é o único ser terrestre que sabe a si mesmo. Ele se pergunta: Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou? Para que existo? Ele é, portanto, neste mundo, o valor absoluto, o valor fim, a medida de todas as coisas. Diante do valor do homem todas as demais são relativas, por mais importantes que sejam. Ele sabe isso porque ao longo da história ele foi descobrindo, foi desvendando, foi compreendendo o seu lugar no mundo. E, mais ainda, ele foi descobrindo isso errando. Sempre que o homem se nega, sempre que nega os seus semelhantes e sempre que nega a natureza ele se trai a si mesmo e as consequências logo virão. É dessa experiência complexa de dominar a natureza, de dominar-se a si mesmo e de estabelecer comunhão com os irmãos que brota a Pessoa humana como ser consciente. Portanto, consciência é mais que ciência; é descobrir na ciência a essência do homem.
2 Dimensão do Amor
O homem como Pessoa é um ser de comunhão e não de solidão. Ele reconhece no outro o valor absoluto. Nada é mais importante para uma Pessoa que a outra Pessoa. É o “EU” que se dirige ao “TU”, para afirmar como valor supremo a comunhão do “NÓS”. O outro sou eu mesmo, isto é, a mesma essência sob outra aparência. Esta é a experiência do AMOR: descobrir o outro na sua identidade, na sua singularidade e na sua profundidade. Na sua identidade: o outro sou eu mesmo, é a minha essência que se revela a mim no outro. Na sua singularidade: o outro não sou eu, pois não há produção em série, o outro é ele mesmo com uma marca pessoal que é só sua. Na sua profundidade o outro é um mistério marcado pelo Divino e pela história; um mistério que nunca chegaremos a penetrar totalmente. E amar é precisamente isto: querer que o outro seja EU; querer que o outro seja TU; querer que o outro seja NÓS. Só a pessoa pode amar, porque somente ela deu o salto da materialidade para a espiritualidade, do físico para o metafísico, do ciente para o consciente, do indivíduo para o ser.
3 Dimensão da Liberdade
A liberdade é outra dimensão fundamental da Pessoa. No dizer de Dostoievski, “a liberdade é o atributo da divindade”, no sentido que o que mais aproxima o homem de Deus é a possibilidade do exercício da liberdade. Entretanto a liberdade é uma condição ambígua do homem: ela tanto constrói como destrói o homem. É necessário precisar bem este termo. Podemos falar de liberdade biológica no sentido de que o homem é livre para o impulso biológico de suas ações sem necessidade de impulsos externos. Podemos falar de liberdade psicológica, no sentido de liberdade de opção e autodeterminação. E assim, podemos falar de liberdade cultural, econômica, religiosa, sexual, etc. Entretanto a liberdade é uma condição que precisa ser bem entendida a partir de dois princípios éticos:
a) A liberdade é a capacidade humana de tornar-se pessoa, isto é, a possibilidade que o homem tem de caminhar na direção de sua plenitude, de seu valor supremo: o homem é a medida de todas as coisas.
b) A liberdade é uma utopia, um ideal a ser perseguido permanentemente. Na verdade, ninguém é totalmente livre, somos excessivamente influenciados e condicionados pela história de nosso tempo e pela história de nossa vida. Nossas ações, decisões e posições são “contaminadas” pelo mundo que nos rodeia.
De qualquer forma a liberdade é um dos atributos que configuram a essência humana: a possibilidade de transcender o tempo e a história e assumir uma opção fundamental de vida. Esta opção nos levará a sermos Pessoa ou Anti-pessoa, dependendo da direção de nossa opção. Essa direção será dada sempre pelas outras duas dimensões: consciência e amor. A pessoa humana é, portanto, a síntese destas três dimensões: Consciência – Amor – Liberdade. É neste sentido que somos imagem e semelhança de Deus, a suprema consciência, o supremo amor e a suprema liberdade. Estes três atributos possuem uma relação dialética: um se explica a partir do outro e cada qual tem sua expressão e significado à luz dos outros dois. É a dimensão trinitária de Deus que se expressa na Pessoa humana.
A consciência só é plenamente humana se for consciência do amor e da liberdade; do amor enquanto comunhão entre os homens e da liberdade enquanto opção fundamental para essa comunhão. Fora disso não temos consciência, mas só ciência, teremos indivíduos e não pessoas, teremos opressão e não comunhão.
O amor só é amor se for consciente e livre. Não há amor onde não há conhecimento; não há amor onde não há liberdade. O amor é entendido aqui como expressão de comunhão entre pessoas, como compromisso de concretude (amor é fazer), como expressão do bem (o ser é o bem).
A liberdade só é plena onde há consciência e amor. Não há liberdade na ignorância, na negação da realidade da pessoa, não há liberdade na opressão, na exploração do homem pelo homem. Portanto, a Pessoa humana se exprime na síntese da Consciência, do Amor, da Liberdade; na antítese da inconsciência, do egoísmo e da opressão; na tese da criação, da redenção e do espírito. Três atributos que se qualificam um ao outro, numa relação de convergência e de interdependência. Vê-los isoladamente, sobrepor um ao outro é negar a Deus e negar a Pessoa humana. Se o homem fosse só consciência, seria pura racionalidade; se o homem fosse só amor, seria puro sentimento; se o homem fosse só liberdade, seria pura ação. Da mesma forma, se Deus fosse só Pai, teríamos como protótipo o patriarcalismo; se Deus fosse só Filho, teríamos como imagem o fascismo e se Deus fosse só Espírito, teríamos como modelo o anarquismo. Mas é da síntese divina que temos um Deus que é Pai Criador, que é Filho Redentor e que é Espírito Santo Plenificador da História. É à imagem desse Deus que a pessoa humana é Pessoa, porque tem poder de Criar (consciência), de Redimir (amor) e de Transformar (liberdade).
Naturalmente que esta concepção fundamental de Pessoa humana rebate de modos diferentes ao longo da história da humanidade e, sobretudo, das grandes culturas da civilização. Procuraremos, num rápido perfil filosófico, esboçar as diferentes concepções de homem que subjazem nos grandes pensamentos filosóficos: o pensamento grego, o pensamento romano, o pensamento cristão, o pensamento renascentista, o pensamento moderno, o existencialismo ateu, o existencialismo cristão e o marxismo.
II A Concepção Grega do Homem
A civilização grega influenciou profundamente nossa civilização ocidental. Pode-se até dizer que o pensamento de Platão e Aristóteles está na base de nosso pensamento até hoje. No fundo, até hoje estamos brigando pelos filósofos gregos: defendendo-os ou condenando-os. De qualquer forma, os gregos tinham por objetivo descobrir o homem, não subjetiva nem singularmente, mas o homem perfeito e universal, ou seja, o homem considerado na sua essência racional.
O pensamento grego tem muitos expoentes, dentre os quais vamos destacar somente alguns, no que se refere especificamente à concepção de homem:
1 Os Pré-Socráticos
O período pré-socrático refere-se ao tempo na filosofia grega que antecedeu o pensamento dos filósofos conhecidos como os sofistas e Sócrates. Esse período compreende aproximadamente o século VI a.C. até o final do século V a.C. e é marcado por uma mudança significativa na abordagem filosófica em relação à explicação da natureza e do cosmos, graças aos filósofos pré-socráticos.
Os filósofos pré-socráticos estavam principalmente preocupados em compreender a origem e a natureza do mundo de maneira racional, sem recorrer a explicações mitológicas. Eles eram chamados de “pré-socráticos” porque suas ideias surgiram antes do impacto filosófico significativo causado por Sócrates.
O período pré-socrático é fundamental para a história da filosofia, pois marca o início do pensamento racional e científico, sinalizando uma transição importante do mito para a razão na busca do entendimento do mundo e da existência.
Os pré-Socráticos são os pensadores que antecederam os três grandes vultos da cultura grega: Sócrates, Platão e Aristóteles. Segundo Nietsche e Heidegger, são os pré-Socráticos os verdadeiros representantes do ethos grego. Vejamos alguns pré-Socráticos:
1.1 Tales de Mileto (624-547 a.C.)
“Todas as coisas estão cheias de deuses”. Para a filosofia clássica esta expressão significaria que “tudo está cheio de mistério”. Logo, o homem é mistério, porque teria dentro de si uma força estranha: a alma! Essa força estranha estaria presente em todo o cosmos.
1.2 Xenófanes de Colofon (580-460 a.C.)
“O saber vale muito mais que o vigor dos homens e dos cavalos. Não é justo preferir a força ao saber. O triunfo nas olimpíadas não torna a cidade melhor. A vitória nos jogos não enche os celeiros”. A interpretação deste trecho enfatiza que o autor condena a idolatria do esporte e o culto do corpo e reafirma a superioridade da inteligência, como expressão do homem.
1.3 Heráclito de Éfeso
Ele é o fundador da dialética na qual Hegel se baseia: “Tudo corre, nada para… ninguém pode se banhar duas vezes nas águas do mesmo rio”. Mas é ele também quem formula a primeira antropologia filosófica: “Se a felicidade consiste nos prazeres do corpo, deveríamos nos proclamar felizes quando encontramos ervilhas para comer; mesmo percorrendo todos os caminhos, jamais encontrarás os limites da alma; o mais belo símio é feio comparado ao homem; eu me procurei a mim próprio”. Para o pensamento deste autor tudo se explica a partir de três círculos concêntricos: o teológico, o cosmológico e o antropológico. Decorre daí que o homem só se explica à luz da natureza de Deus. O homem só se encontra aí.
1.4 Demócrito (460-370 a.C.)
Embora seja considerado o pai do materialismo, formula uma ética espiritualista: “Escolher os bens da alma é escolher os bens divinos; contentar-se com os bens do corpo é contentar-se com os bens humanos; nem o corpo, nem o dinheiro fazem o homem feliz, mas a retidão e a prudência. Quem a ninguém ama, por ninguém é amado. A beleza do corpo é animalesca se não for dignificada pelo entendimento. A alma é a moradia da felicidade. Viril é quem triunfa sobre os prazeres. Há senhores de cidade que são servos de mulheres”. Como se vê, sobressai aqui a prevalência do espírito sobre a matéria.
2 Os Sofistas
Estes pensadores são tidos como educadores contemporâneos de Sócrates e Platão, muito mais preocupados com a vida concreta do que com filosofia. Suas afirmações são muito polêmicas e combatidas pelos filósofos da época, por serem “sofismas” (mentiras com aparência de verdade). Há também quem os defenda como pedagogos. Seu mérito maior foi ter criado a “paidéia” (educação de crianças), democratizando a educação, até então só para aristocratas e se preocupando com problemas humanos.
Protágoras (480-410 a.C.) afirma que “o homem é a medida de todas as coisas, das que são e das que não são”. Com isto quer dizer que o homem é o critério do valor das coisas: tudo está subordinado ao homem como meta de tudo que existe. “Sem educação para a política, a justiça e o pudor, os homens se dividem e perecem”. Condena a educação técnica sem base humanista.
Os Filósofos Clássicos
Filosofia grega clássica, em seu sentido estrito, refere-se à filosofia antiga, particularmente à tradição ocidental baseada na filosofia grega antiga. Essa filosofia vai desenvolver os conceitos fundamentais que servirão de base para os demais períodos do pensamento filosófico. Com os clássicos nos temos a chave de entrada da filosofia.
A Filosofia Clássica pode ser concebida de duas formas: num sentido amplo e num sentido estrito.
No sentido amplo: é a Filosofia realizada dos seus começos, com os pré-socráticos, até a Revolução Industrial e a profissionalização dos conhecimentos, divididos em departamentos universitários.
No sentido estrito: é a Filosofia feita logo em seguida aos pré-socráticos que tem como principais nomes Sócrates, Platão e Aristóteles. O sentido que vamos utilizar neste artigo é o estrito.
O período clássico da história da Grécia é o momento de seu maior desenvolvimento urbano, cultural e filosófico na Antiguidade. Na produção da Filosofia, o destaque vai para Sócrates, Platão e Aristóteles.
Assim, a Filosofia Clássica pode ser definida como a Filosofia feita no período socrático, pelo próprio Sócrates ou pelos filósofos influenciados por ele.
Suas produções refletem sobre o conhecimento em si mesmo, a vida política, a ética, organização das cidades, a alma humana etc.
3 Sócrates (469-399 a.C.)
Sócrates é um mito e um símbolo da filosofia grega, cujo pensamento nos foi transmitido por seus discípulos Platão e Xenofonte. A essência do seu pensamento consiste no oráculo: “Conhece-te a ti mesmo”. Para ele a virtude tem por base o autoconhecimento. Conhecer a verdade supõe conhecer a verdade sobre si mesmo. Quem não se conhece não conhece nada. Essa paixão pela verdade o levou até à morte por envenenamento. Ele utiliza dois métodos, o método socrático era chamado Ironia – A primeira parte do método socrático conhecida como ironia, vem da expressão grega que significa perguntar, fingindo não saber. Esse primeiro momento do diálogo socrático possui um caráter negativo, pois nega as preconcepções, os pré-julgamentos e os pré-conceitos (preconceitos). O outro método era a maiêutica – A segunda etapa do método socrático é conhecida como maiêutica, que significa parto. Nesse segundo momento, o filósofo continua fazendo perguntas, agora com o objetivo de que o interlocutor chegue a uma conclusão segura sobre o assunto e consiga definir um conceito.
4 Platão (429-348 a.C.)
Este pensador é fundamental para nossa cultura. É dele a visão dualista entre o mundo real e o mundo das ideias. Para ele, o que chamamos de realidade são apenas aparências; a verdadeira realidade estaria nas ideias. E deste princípio fundamental ele define o homem: uma aparência chamada corpo e uma essência chamada alma. Mais ainda: a alma seria prisioneira do corpo e os dois nunca chegarão a uma perfeita síntese. A alma teria funções superiores: a função racional de governar. A função irascível dos sentimentos e a função concupiscível dos instintos seriam inferiores e se confundem com o corpo. Platão mesmo dá o exemplo concreto: um cocheiro comandando uma carroça com uma junta de cavalos (um domado e outro arisco). O cocheiro é a alma racional; o cavalo domado é a alma irascível e o cavalo não domado é a alma concupiscível. Para Platão “só é digno aquilo que submete a besta ao homem e é indigno aquilo que submete o homem à besta”. O caminho para que o homem domine a besta é difícil, mas o caminho certo é o amor. Como se vê em Platão, o homem é um ser dividido: uma alma boa e um corpo mau, eternamente em luta. Para ele o corpo é a prisão da alma.
5 Aristóteles (384-322 a.C.)
Aristóteles reage contra Platão. Corpo e alma não são inimigos, mas estão profundamente, intimamente unidos entre si, de tal modo que um não sobrevive sem o outro. Não existe homem só corpo, nem homem só alma. “A alma só é alma informando o corpo e o corpo só é corpo informando a alma”. Portanto, enquanto em Platão o homem é uma dualidade, em Aristóteles o homem é uma unidade. Para Aristóteles a alma é divina: “ou a alma é divina ou das coisas que o homem tem é a mais divina”. Só é possível compreender o homem em Aristóteles nesta perspectiva: o homem é fruto de uma união indissolúvel entre corpo e alma ou espírito e matéria. De onde vem este espírito? Aristóteles vai silenciar!
O homem, na concepção grega, assume uma posição privilegiada como o ser capaz do máximo de beleza, força, harmonia, heroísmo, de virtude, como expressão de inteligência, principal manifestação do espírito. Mas tudo isso dizia respeito somente a um grupo de pessoas: os aristocratas. A massa dos habitantes formada por escravos, mulheres, crianças, estrangeiros, deficientes, não tinha chance nesta sociedade. Falta à concepção grega um sentido para a origem e o fim do homem. Por isso eles não têm o conceito de Pessoa. Para Severino Boécio, pessoa é: “substancia individual de caráter racional”.
Conclusão
Antropologia é um ramo das ciências sociais que estuda o ser humano e a sua origem de maneira abrangente. Por meio de estudos sobre as características físicas, a cultura, a linguagem e as construções do ser humano, o antropólogo vai buscar determinar, com base em grupos sociais específicos, como se formaram os seres humanos a ponto de tornarem-se o que são em suas comunidades.
Os filósofos gregos desde os pré-socráticos buscaram a origem de todas as coisas, a pergunta fundamental era, qual é a origem das coisas? Mas eles focaram mais na natureza, como os elementos vitais – água, fogo, ar e terra. O salto maior para compreensão da antropologia grega vem com os clássicos, Sócrates, que coloca o homem como centro de sua pesquisa, conhece-te a ti mesmo, com Platão temos um aprofundamento do estudo do corpo e alma, um mundo material/biológico e o mundo das ideias/metafisico e em Aristóteles uma unidade totalizante entre corpo e alma.
Por fim, os gregos usam três palavras para descrever o homem, Soma, que seria corpo, ou corpo sem vida, Psychè, que seria mente ou alma, que significa princípio de vida e espírito, Pneuma, força criadora ou sopro animador.
Conhecendo o homem é possível aprofundar nas demais realidades humanas e materiais, porque ele é a fonte e a origem do mundo material, tendo somente Deus como ser supremo e maior. “O homem é a medida de todas das coisas”. (Protágoras)
PADRE ELDINEI CARNEIRO
É natural de Santa Rosa do Tocantins, mestre em Teologia Moral pela Pontifícia Universidade Laeteranense (Academia Afonsiana – Roma), mestrando em Direito Canônico pelo Instituto Superior de Direito Canônico de Goiânia-GO, graduado em Filosofia, Teologia e Direito, sacerdote da Diocese de Porto Nacional-TO e Pároco da Catedral de Nossa Senhora das Mercês de Porto Nacional-TO. Também é membro da Academia Gurupiense de Letras. (AGL). Professor de Filosofia e Teologia do Seminário Interdiocesano Espírito Santo (Centro de Estudos Superiores Mater Dei) – Palmas – TO.