Não é fácil definir o político e ex-deputado federal Edmundo Galdino da Silva, que nos deixou nessa quinta-feira, 22, desses tempos sombrios que estamos vivendo. Corajoso, determinado, inconformado e intransigente na defesa de seus ideais. Galdino deixa um legado na história libertária do norte de Goiás (hoje Tocantins) e firmou-se na história do Tocantins. Combateu o bom combate e se fez digno da galeria da história do Tocantins e do Brasil. Galdino merece todas as homenagens que o Tocantins possa lhe oferecer.
Conheci Galdino pessoalmente na Campanha de 1988 (já deputado estadual por Goiás), acompanhado do hoje deputado federal Célio Moura (PT). Ambos pelo PSDB, faziam dobradinha, ele para federal e Célio Moura para deputado estadual. Galdino foi o primeiro deputado federal eleito pelo PSDB. O partido estava recém-criado após a Assembleia Nacional Constituinte (1988), quando disputou sua eleição para deputado federal. Mas já o conhecia pela imprensa no movimento estudantil de Goiás.
Galdino foi para Brasília por um Estado recém-criado, quando pude acompanhar sua participação exemplar na CPI da Pistolagem. Depois sofreu uma derrota como candidato a vice-governador na chapa do ex-prefeito João Cruz (1994), assumiu a Diretoria Administrativa e Financeira do Incra em Brasília, no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC).
Com o embate com o então deputado federal Paulo Mourão em 1996, perdeu a presidência do PSDB do Tocantins. Já em 1998, teve uma breve passagem pelo PPS, quando fui presidente estadual (1998 a 2006). Depois migrou para o PDT, voltando à Câmara Federal (como suplente). No último governo de Siqueira Campos assumiu a presidência da Agência Tocantinense de Saneamento (ATS).
História e memória
Nascido em Araguaína em 28 de outubro de 1958, Galdino começou sua militância no Movimento estudantil Secundarista em Goiânia (1979-81). Foi presidente do Centro Acadêmico de História na Universidade Federal de Goiás (UFG0, de 1981a 1983 e diretor de Imprensa e Divulgação do Centro Acadêmico de Direito na Universidade Católica de Goiás (UCG), de 1980- 1982.
Eleito vereador em Araguaína (1983), abandonou as duas faculdades e entrou de vez na política partidária. Além da luta pela reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE), defendeu os trabalhadores rurais, participou luta pela redemocratização do país. Lutou contra o Regime Militar (participou da Lutas pela Convocação da Assembleia Nacional Constituinte).
Em 1986 disputou a eleição de deputado estadual conquistando a primeira suplência, vindo a assumir o cargo. Em 1988, com a criação do Estado do Tocantins, elegeu-se deputado federal para um mandato de dois anos, sendo reeleito em 1990, para um segundo mandado na Câmara Federal.
Foi uma carreira meteórica.
ABRAÃO LIMA
É economista, historiador, matemático e professor universitário. Mestre e doutor em Economia de Empresas e autor de Estimativa da Pressão do Mercado de Câmbio e a Intervenção do Bacen.
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