Após perder a vaga para disputar uma cadeira na Câmara Federal, Adriana Aguiar divulgou uma carta aberta para revelar a “tristeza” com o União Brasil (UB), que lhe cortou da nominata. A ex-secretária estadual da Educação destaca ter recebido um convite pessoal da presidente da sigla no Tocantins, Dorinha Seabra (UB), para que permanecesse filiada e lançasse candidatura a deputada. “O sentimento de frustração só não é maior que a indignação por estarmos fora da corrida”, disparou.
Tirou de mim o direito de ter o nome apreciado pelos tocantinenses
No texto, Adriana Aguiar diz que aceitou o convite por acreditar “que o partido valorizava as mulheres” e porque o pedido veio de uma “professora como ela” e, assim, começou a caminhada para o pleito. “Mas nem todo o esforço que fizemos, nem todo o apoio que recebemos e nem a promessa que me fora feita, foram suficientes para que a nossa candidatura fosse confirmada. Uma decisão que tirou de mim o direito de ter o nome apreciado, nas urnas, pela população tocantinense.
Política ama a traição, mas abomina o traidor
Adriana Aguiar ainda lamenta porque teve convite de outras siglas para disputar o cargo de deputada federal. “Recusei porque traição não é uma palavra que existe na minha vida e na minha história”, conta a ex-secretária, que reforça que o projeto à Câmara não terá continuidade exclusivamente “por decisão do partido”. “Termino citando Leonel Brizola, que no auge de sua sabedoria nos mostrou que ‘a política ama a traição, mas abomina o traidor’”, encerrou.
Leia a íntegra da carta:
“A mensagem hoje não é a que queríamos falar, mas é preciso que seja dita. Hoje quero falar diretamente aos meus amigos, à minha família e a todos os que nos apoiaram e incentivaram durante a nossa pré-candidatura.
Com muita tristeza e indignação, recebemos o comunicado do Partido União Brasil, de que não teríamos legenda para concorrer às eleições deste ano para a Câmara Federal.
O sentimento de frustração só não é maior que a indignação por estarmos fora da corrida. Ainda em março, fui convidada pessoalmente pela presidente do partido e candidata ao Senado Professora Dorinha quando da sua visita ao meu escritório.
O convite foi para que eu permanecesse no União Brasil para ser candidata a Deputada Federal pelo partido. Aceitei. Aceitei, principalmente, por acreditar que o partido valorizava a mulher. Aceitei, pois fui convidada por uma professora, uma mulher que assim como eu, defende a bandeira da educação e sabe como é árdua a nossa luta. Aceitei porque, para além de desejos políticos, recebi um convite feito olho no olho, e acreditei nas boas intenções daquelas pessoas.
Continuei então a nossa caminhada em todos os cantos do Tocantins, levando a bandeira da educação, da mulher, do empreendedorismo e outras tantas. Conversei com grupos, lideranças, e pessoas para a construção de um projeto sustentável e transparente para o nosso estado.
Mas nem todo o esforço que fizemos, nem todo o apoio que recebemos e nem a promessa que me fora feita, foram suficientes para que a nossa candidatura fosse confirmada. Uma decisão que tirou de mim o direito de ter o nome apreciado, nas urnas, pela população tocantinense.
Vale aqui ressaltar que eu já era filiada ao então PSL antes da fusão com o DEM. Nesse período, recebi convites de vários outros partidos que me garantiram legenda, apoio e confiança no nosso projeto. Partidos aos quais agradeço muito. Recusei porque traição não é uma palavra que existe na minha vida e na minha história.
Seriedade e compromisso são características que carrego na minha essência, e quem me conhece sabe disso. Por isso, estou aqui hoje para me dirigir à todos aqueles que olhei no olho, apertei a mão, dialoguei e fiz compromisso de uma caminhada séria em prol do nosso Tocantins.
Não daremos continuidade agora ao nosso projeto rumo à Câmara Federal por uma decisão do partido.
Continuaremos firmes na nossa caminhada com nossos valores, fiel aos nossos princípios e preparada para seguir a minha trajetória. Termino citando Leonel Brizola, que no auge de sua sabedoria nos mostrou que “a política ama a traição, mas abomina o traidor.”
Palmas-TO, 5 de agosto de 2022.