O agronegócios do Estado criou a Rede Agropecuária Tocantins para defender os interesses do setor. O ex-deputado federal César Halum, porta-voz do grupo, foi o entrevistado do quadro Conversa de Política e explicou que a proposta é congregar todas as entidades ruralistas.
REALOCAÇÃO DE RESERVAS
A ideia surgiu a partir de um problema que tem preocupado o setor, que são os questionamentos judiciais da realocação de reservas, segundo Halum, feitas com autorização do Naturatins. Uma lei estadual de 2012 autorizou que produtores garantissem a reserva obrigatória de 35% da propriedade não em suas áreas, mas em outras, mais baratas e até menos produtivas. O ex-parlamentar deu o exemplo de proprietários rurais da região do Formoso do Araguaia que compraram terras no Jalapão para garantir a reserva.
MP NÃO APROVA
Acontece que o Ministério Público não aprovou a ideia e está ingressando com ações para garantir os 35% de reserva nas áreas transformadas em lavouras. Segundo Halum, já há decisões de primeira instância, e o Naturatins não deu apoio aos produtores, apesar de ter sido o órgão que liberou a autorização. O problema envolve 250 mil hectares de terra no Tocantins e 5 mil propriedades.
PREOCUPADA COM GOVERNO LULA
A Rede Agropecuária Tocantins ainda se organiza preocupada com o que vai ser o terceiro governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Quase todo o agronegócio apoiou a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) e Halum explicou que o que consideram conquista da gestão que finaliza para o setor é a segurança no campo. O temor, diz o ex-deputado, é que as ocupações de terra voltem a ocorrer com frequência, como disse que era comum nos governos petistas.
QUER IMPEDIR SANÇÃO
O grupo quer se contrapor também às investidas do governo Wanderlei Barbosa (Republicanos) na área tributária. O Palácio fez alteração na alíquota do ICMS de produtos destinados à exportação, que saltou de 0,2% para 1,2%, e ainda criou uma taxa de extração mineral, a R$ 15 a tonelada. Halum afirmou que a rede defende que o setor primário não deve ser tributado e quer convencer Wanderlei a não sancionar essas leis aprovadas pela Assembleia.
Confira a íntegra da entrevista: