O vereador Carlos Amastha (PSB) disse ter enviado uma carta ao prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), dois dias antes de sua exoneração da Secretaria de Zeladoria Urbana, confirmada no Diário Oficial dessa quinta-feira, 24, para negar “qualquer tipo de conspiração”. O ex-secretário distribuiu o documento à imprensa já no final da noite, pouco depois da publicação do Diário. Apesar disso, o chefe do Poder Executivo não foi convencido e demitiu o pessebista.
POSTURA NA AUSÊNCIA
Como a coluna vinha afirmando desde o final da semana, Eduardo não estava nem um pouco satisfeito com Amastha, por conta da postura do vereador na ausência do prefeito. O que se diz no Paço é que o de menos grave foram os afagos no prefeito em exercício Carlos Velozo (Agir). Houve pelo menos três conversas dele com a eminência da gestão fugaz de Velozo, o pastor Amarildo Martins; movimentos de ex-secretários de Amastha em prol do novo governo — o que o parlamentar nega peremptoriamente –, entre outras histórias que chegaram ao conhecimento de Eduardo.
FOFOCAS INFUNDADAS ENFRAQUECE GESTÃO
Na carta, Carlos Amastha – que preside o Partido Socialista Brasileiro (PSB) no Tocantins – destaca que a trajetória ao lado de Eduardo Siqueira Campos teve início ainda no processo eleitoral, defendendo que a sigla “teve papel decisivo” para a realização de um 2º turno e na vitória do prefeito. É justamente por isto que o vereador fala ter recebido com “pesar” as insinuações de conspiração, o que nega ter existido. “Fofocas infundadas, listas de supostos ‘traidores’, invenções absurdas sobre articulações inexistentes – tudo isso alimenta o ambiente municipal de desconfiança que só enfraquece a gestão e afasta a política do seu verdadeiro objetivo: servir a sociedade palmense”, argumenta.
ZELADORIA COM DIFICULDADES ESTRUTURAIS
Um destaque da manifestação do novamente vereador é as reivindicações em relação à Zeladoria. A carta aborda que o grupo de Amastha cobrou do prefeito “melhores condições” para a pasta. “Não por vaidade, mas por convicção”, conta. Conforme o parlamentar, o ex-secretário Marcílio Ávila já tinha sinalizado “dificuldades estruturais” e que isto foi um dos fatores que o fez cogitar deixar a gestão três meses antes, situação contornada na época. “Por respeito a esse compromisso, nosso grupo permaneceu. E é com base no mesmo compromisso que continuo tentando fazer com que essa promessa se cumpra. Ainda espero as condições mínimas para que a secretaria funcione com eficiência e dignidade”, acrescenta.
AMASTHA TAMBÉM COGITOU DEIXAR ZELADORIA, MAS DIÁRIO MOSTRA QUE EXONERAÇÃO NÃO FOI A PEDIDO
Na carta, Carlos Amastha cogitou deixar o cargo devido não só às especulações, mas também em razão da situação da pasta. “Por isso, caso não haja condições operacionais adequadas e permaneça o agravamento do clima político por boatos, considero a possibilidade de colocar meu cargo à disposição de vossa excelência e retornar ao meu posto de vereador eleito. Reitero que esta decisão não decorre de mágoas ou rupturas, mas do compromisso com a seriedade da gestão pública. Palmas é maior que nós. Não pode ser refém de boatos, vaidades ou disputas de bastidores”, escreve. Apesar disto, a exoneração no Diário Oficial não veio a pedido do vereador.
NÃO HOUVE TRAIÇÃO
Amastha fala na carta que justamente por já ter se sentido traído, “nunca faria isso com ninguém”. “Em nenhuma circunstância, em nenhuma hipótese”, acrescenta. Por fim, o vereador encerra a carta com um alerta ao prefeito Eduardo Siqueira Campos e usa Napoleão Bonaparte para isto. “Sua queda começou não nos campos de batalha, mas nas decisões tomadas em salas fechadas, influenciadas por bajuladores e pelo orgulho. Que isso nos sirva de lição. A cidade de Palmas é maior do que os rumores que a cercam. […] Na esperança de que este momento seja superado com maturidade e visão de futuro, renovo minha estima pessoal e institucional por Vossa Excelência”, encerra o vereador.
Leia a íntegra da carta de Carlos Amastha:
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