O ex-prefeito de Palmas e presidente regional do PSB, Carlos Amastha, foi o terceiro entrevistado do programa Quadrilátero. Amastha, claro, não poupou críticas à sua arqui-inimiga, ex-aliada e sucessora, a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB). Ele disse que teria feito tudo diferente na condução da pandemia da Covid-19 se estivesse no comando da Capital e entrou no debate que envolveu Cinthia e a Assembleia semana passada. Amastha concordou que o período de excepcionalidade obrigaria sua sucessora a investir em UTIs. “Se esconder atrás do que é ou não obrigação é falácia, é incompetência”, disparou Amastha sobre a alegação da prefeita de que a alta complexidade é obrigação do Estado e não do município.
Entrevistadores
Para entrevistar Amastha junto com o jornalista Cleber Toledo, o Quadrilátero teve como convidados o jornalista Luiz Pires, editor do blog especializado em turismo melhorviagemlp.com, diretor administrativo da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo (Abrajet), da qual é ainda vice-presidente da seccional Tocantins; e o economista Francisco Viana Cruz, ex-presidente do Conselho Regional de Economia do Tocantins (Corecon), ex-secretário municipal de Planejamento e Gestão de Palmas, professor de Economia do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), mestre em Desenvolvimento Regional e Agronegócio pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e doutorando em Economia pela Unisinos/RS.
Falácia
Para Amastha, a alta complexidade é papel do Estado, mas ressaltou o momento da pandemia, “que é extraordinário, em que a prefeita declarou uma emergência sanitária, em que vieram milhões e milhões de reais [do governo federal]”. “Olha a falácia da prefeita, dizer que ela cadastrou, requereu vagas de UTIs da rede privada. Primeiro que requerer é uma coisa, pagar é outra. Segundo, você ocupar a capacidade instalada não está fazendo benefício nenhum. Está simplesmente tirando vaga do privado e passando para o público. Os doentes são exatamente os mesmos”, defendeu.
Hospital do Amor
O ex-prefeito contou ter ligado para o presidente do Hospital do Amor, que lhe disse que a unidade está concluída. Segundo Amastha, Prata lhe afirmou que se o município ou o Estado lhe pedissem, faria a cessão imediatamente. “Poderia ter feito uma parceria com o Hospital do Amor e ter ajudado a montar [as UTIs] lá — não hospital de campanha, que é jogar dinheiro fora. O Hospital do Amor é estratégico para o desenvolvimento da nossa cidade. Dever ter feito uma parceria e montado um grande número de UTIs lá. Quando passar a pandemia, entregaríamos para que o Hospital do Amor administrasse. Isso era obrigação, para isso foi o dinheiro”, afirmou Amastha.
Nada descartado
Sobre as eleições de 2022, ele não descartou a possibilidade de aliança com nenhum dos pré-candidatos a governador, citando os ex-prefeitos de Ronaldo Dimas (Podemos), de Araguaína, e Laurez Moreira (PSDB), de Gurupi, e até o vice-governador Wanderlei Barbosa (sem partido), ainda que não tenha poupado críticas ao governador Mauro Carlesse (DEM).
Já estiveram juntos
O ex-prefeito lembrou da fala de Wanderlei ao Quadrilátero de que nunca apoiou Dimas porque não foi eleitor de Araguaína. “Eu queria lembrar que 2012 o único deputado que me apoiou [para prefeito de Palmas] foi o Wanderlei. Então, a gente esteve junto em determinado momento por que ele não pode ser nosso candidato a senador, a vice-governador, sei lá?”, sugeriu Amastha.
Não é impossível
Também disse que não é impossível que Wanderlei seja seu candidato a governador. De toda forma, ele avaliou que o Estado tem hoje quatro pré-candidaturas de governador colocadas, a dele, a de Wanderlei, Laurez e Dimas.
Governador ou senador
Além de pré-candidatura a governador em 2022, ainda cogitou a possibilidade de ir ao Senado, vaga que disse que era seu objetivo em 2018, mas, pela conjuntura, decidiu postergar.
Assista a seguir a íntegra da entrevista de Carlos Amastha ao programa “Quadrilátero”, em que o ex-prefeito fala sobre o governo Carlesse e projetos de desenvolvimento e geração de empregos para o Tocantins: