O ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) é o convidado do CT Entrevista desta quinta-feira, 20. Pré-candidato a voltar a comandar a Capital, ele avaliou que “o Amastha de 2024 é idêntico ao Amastha de 2012”, quando surpreendeu e se elegeu pela primeira vez. “Exatamente o mesmo! Os meus sonhos são os mesmos, os meus princípios, os meus valores são mesmos”, garantiu.
Ele contou que quer voltar ao governo de Palmas para retomar os projetos que diz ter sido abandonados pela sua sucessora, a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB). “Lá atrás, desde que a gente assumiu a prefeitura, planejamos a cidade para os próximos 50 anos”, contou.
VELHA POLÍTICA É BRUTA
Amastha continua falando da “velha política”, que ele diz que “comanda muito e é bruta”. O ex-prefeito afirmou que viu na sua cara, nas eleições de 2022, a compra de votos e “como essa máquina é tão poderosa”. Contudo, avisou, Palmas “é diferente”. “Como a capital que é e pela força econômica da iniciativa privada, uma eleição em Palmas ninguém compra. A gente sabe que já tem pré-candidato anunciando que tem R$ 50 milhões para gastar. Eu me lembro muito bem do número falado pelo padrinho político do meu adversário em 2012, que disse para mim, o padrinho, que tinha gastado R$ 43 milhões na campanha do meu adversário. R$ 43 milhões em 2012 representaria R$ 90 milhões agora! E não comprou a eleição em Palmas. E olha que tínhamos uma dependência ainda maior do poder público, o que diminuiu muito à medida que a economia cresceu desde então”, ressaltou.
Assim, para o ex-prefeito, na Capital, o debate de ideias e projetos e o voto de opinião “são muito maiores do que a força das máquinas municipal e estadual”. “Então, isso me dá muita tranquilidade”, afirmou. “Eu acredito piamente que nós vamos para essa disputa principalmente para retomar todos esses projetos que ficaram prontos.”
SHOPPING A CÉU ABERTO
Um dos problemas da gestão Amastha foi o shopping a céu aberto na Avenida Tocantins, em Taquaralto. O ex-prefeito defendeu o projeto e disse que a ideia, naturalmente, resultou, ao longo do tempo, em melhora para o comércio local. Apesar de admitir falta de diálogo para a implantação da proposta, Amastha entende que foi a política que não permitiu que o shopping a céu aberto desse resultado em sua gestão. Segundo ele, a proposta do atual governo de utilizar as vias próximas e paralelas para o escoar o fluxo de veículos era justamente o que previa o projeto original. “A gente tinha uma turma de vereadores de lá e uns federais, inclusive uma bancada, que falava o seguinte: se o Amastha fizer o BRT e resolver a avenida Tocantins, o cara vai se eleger sempre que quiser. Trabalham contra a cidade”, alegou.
MUITO ALÉM DO TEMPO
O ex-prefeito também defendeu o estacionamento rotativo, outro projeto de sua gestão que não avançou. “Acho agi um pouco afoito e eu fui muito além do meu tempo”, avalia, mantendo a defesa da importância deste projeto.
“AMASTAXA”
Ele ainda comentou o apelido que alguns lhe deram de “Amastaxa” por causa de sua política tributária. “É injusto, sem dúvida. A velha política querendo destruir o Amastha”, defendeu-se. Segundo ele, sua gestão fez “o maior programa de isenção de IPTU da história” e criou condições para que a arrecadação evoluísse dos R$ 500 milhões da época para os atuais R$ 2,3 bilhões anuais. “Ainda bem que [o apelido] não foi ‘Amasladrão’. Isso aí nunca conseguiram colar em mim”, comemorou.
Confira a íntegra da entrevista: