O Partido Social Democrático (PSD) desembarcou na tarde desta segunda-feira, 4, no projeto de Osires Damaso (PSC) ao Palácio Araguaia. O apoio foi confirmado pelo presidente da sigla no Tocantins, o senador Irajá Silvestre, em evento que contou com ainda com a presença dos dirigentes do PSB, Carlos Amastha, e do PRTB, Freed Lustosa. O Avante também compõe o grupo, mas não contou com representante na ocasião. O parlamentar chega em um momento da pré-campanha que o próprio considera estar bem fraco, se considerar outros pleitos. “Mais está parecendo um picolé de chuchu, do que verdadeiramente uma disputa de governo do Tocantins”, chegou a dizer.
Governo Wanderlei é uma ema numa lavoura de soja: perdida e sem direção
Inicialmente aliado ao Progressistas da senadora Kátia Abreu – principal entusiasta da reeleição Wanderlei Barbosa (Republicanos) à frente do Palácio Araguaia – Irajá não deixou de esclarecer a razão de não defender o mesmo, não poupando palavras. “Não estou aqui para poder criticá-lo, atacar sua honra, sua moral, mas não apoio porque não acredito neste governo”, afirmou o parlamentar, que chegou a compará-lo a uma ema numa lavoura de soja. “Perdida e sem direção. Assim está o governo hoje. Infelizmente é assim que vem se comportando”, emendou o parlamentar, que continuou. “Não tem experiência e vem demonstrando isto ao longo de praticamente 8 meses. É o mesmo que querer pegar um médico e colocar numa obra da construção de um prédio. Qual a chance disso dar certo? Está dentro de um transatlântico, de um grande cruzeiro, mas se comportando como se estivesse sentado numa canoa na beira do rio”, completou.
Credibilidade política
Ao falar da decisão de apoiar Osires Damaso, Irajá revelou ter consultado toda a base do PSD no Tocantins, citando ter 42 pré-candidatos e 52 prefeitos, e até lideranças do Progressistas, e se disse surpreso “com a credibilidade que tem junto à opinião política do Tocantins”. “A credibilidade que construiu no Estado me deixa muito à vontade e confortável de poder hipotecar meu apoio a sua pré-candidatura a governo”, reforçou. “Precisamos de uma pessoa experiente como você, com uma biografia impecável, homem público que já foi deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa, tem experiência administrativa, gera centenas de empregos, sabe o custo que é manter uma empresa ativa no Estado”, exaltou. Apesar desta fala, o congressista avisou que deixou o grupo político “muito à vontade”. “Entendo que apoio não é imposto, é conquistado”, ponderou.
Pré-candidatos comparados com experiências derrotadas
O congressista também chegou a comparar duas pré-candidaturas com experiências fracassadas do passado. Sem citar nomes, mas com clara referência ao governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), Irajá o vê copiando a campanha de Sandoval Cardoso em 2014. “Que tinha convicção que apenas com apoio da Assembleia Legislativa ia faturar aquela eleição”, disse. Outro paralelo foi feito com a participação de Carlos Amastha (PSDB) em 2018. “Com todo respeito, achava que só com as grandes cidades ia se eleger”, emendou, o que pareceu ser uma alusão a Ronaldo Dimas (PL). “Dois filmes que já estamos acostumados e sabemos qual foi desfecho”, emendou.