Houve uma confusão em relação ao voto do senador Eduardo Gomes (PL) no projeto de lei que amplia o sistema de cotas na rede de ensino federal. Ao contrário do que a Coluna do CT e veículos nacionais publicaram, ele não votou contra, mas favorável à proposta. Votaram contra apenas os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Cleitinho (Republicanos-MG), Magno Malta (PL-ES), Eduardo Girão (Novo-CE) e Rogério Marinho (PL-RN).
VOTOU REQUERIMENTO
A confusão se deu porque ele e outros 23 senadores foram favoráveis a requerimento de Carlos Portinho (PL-RJ) para que tivesse preferência na votação uma emenda de Plenário apresentada por Flávio Bolsonaro, que modificava integralmente a proposta. O requerimento foi rejeitado por 46 votos a 24.
Essa emenda de Flavio estabelecia cotas nas instituições federais de ensino superior e técnico de nível médio apenas para estudantes oriundos de famílias com renda per capita igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita — mantendo o percentual de 50% das vagas, mas retirando a exigência de que os estudantes tenham cursado integralmente o ensino médio em escola pública. O texto alternativo também eliminava a reserva de vagas para pretos, pardos, indígenas e pessoas com deficiência.
DOIS MOMENTOS DE VOTAÇÃO
O voto favorável de Gomes ao projeto de cotas foi confirmado pelo próprio relator da matéria, o senador Paulo Paim (PT-RS). Ele explicou num vídeo ao lado do senador tocantinense que houve dois momentos na votação da matéria. No primeiro foram apreciados requerimentos, um deles esse de Portinho, no qual Gomes votou favorável para dar preferência à votação da emenda de Flávio Bolsonaro.
NÃO LEVANTOU O BRAÇO
Depois, explicou o relator, foi a vez de votar o mérito do projeto, ou seja, a ampliação das cotas propriamente dita, com votação simbólica definida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que pediu para os contrários levantarem os braços. Apenas Flávio Bolsonaro, Cleitinho, Magno Malta, Eduardo Girão e Rogério Marinho votaram contra a ampliação do sistema de cotas. “O senador Eduardo Gomes não levantou o braço e depois foi lá me abraçar e dizer que ‘o projeto passou e contou com meu apoio’. E isso é verdade”, testemunhou Paim.
Assista o vídeo: