Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e representante do Senado Federal na Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), a tocantinense Kátia Abreu (Progressistas) falou um pouco da experiência para a agência de notícias do Sistema S. Crítica da postura do governo federal na questão ambiental, a parlamentar surpreendeu ao afirmar que Ministério do Meio Ambiente (MMA) “cumpriu o papel” no evento ao ressaltar o “discurso único” que adotou ao lado da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
Só países em desenvolvimento se esforçam
Na verdade, Kátia Abreu questiona a posição de países desenvolvidos, que, conforme avalia, estão cada vez mais resistentes à pauta da redução do gás carbônico na atmosfera. “As nações ricas seguem não querendo dar dinheiro para compensar os países em desenvolvimento, que são os mais impactados pelas metas de redução das emissões, nem para financiar ações contra o aquecimento global. […] A impressão que fica, a cada novo encontro, é de que apenas os países em desenvolvimento se esforçam, e são efetivamente cobrados, em relação a essa agenda”, defende.
Brasil precisa acabar com desmatamento ilegal
Para Kátia Abreu, a principal falha do Brasil ainda é o desmatamento ilegal, visto que em outras frentes há avanços a serem considerados. “ Na agricultura, por exemplo, temos uma produção de baixo carbono, desenvolvida com tecnologias moderníssimas. O que precisamos é manter a produção crescente e com esse viés da sustentabilidade. Além disso, estamos avançando na instituição do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), que é voluntário, mas também é o primeiro passo para que tenhamos um mercado regulado”, exemplifica.
Contribuição do Brasil no aquecimento global é insignificante até agora
A tocantinense encerra a entrevista voltando a cobrar maior responsabilidade dos países ricos, mas sem eximir de todo o Brasil. “A mudança climática ocorrida no planeta até este momento é de responsabilidade dos europeus e dos norte-americanos. A nossa contribuição no aquecimento global registrado até agora é insignificante. Não representamos nada, o que não significa que não tenhamos de fazer a nossa parte”, contextualiza.