O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fez um discurso televisivo nesta quarta-feira, 8, em que pede que os poderes “foquem no Brasil real” e que seja dado “fim às bravatas”, em uma referência aos discursos do presidente Jair Bolsonaro feitos em São Paulo e Brasília um dia antes.
Citando o “desemprego e as faltas de oportunidades”, Lira disse que não pode “admitir questionamentos sobre decisões tomadas e superadas até mesmo no Congresso, como o voto impresso, vira-se a página”.
A fala refere-se ao fato de Bolsonaro voltar a abordar o tema durante seu discurso na Avenida Paulista e dizer que as eleições serão uma “fraude”.
Segundo o líder da Câmara, as crises estão “superdimensionadas nas redes sociais” e que essas crises “só fazem perder tempo”. Ele, no entanto, não citou os constantes ataques ao Judiciário.
“Esse eterno palanque eleitoral causou problemas que deixaram de ser virtuais e passaram a impactar a vida real do brasileiro”, como no caso da alta inflação.
No entanto, Lira deu a entender que não dará andamento aos mais de 100 pedidos de impeachment de Bolsonaro que estão na Câmara ao dizer que “o único compromisso inadiável e inquestionável que temos em nosso calendário está marcado para 3 de outubro de 2022, com as urnas eletrônicas”.
Após as falas antidemocráticas do presidente, alguns partidos que estão no Centrão voltaram a discutir a possibilidade de apoiar os pedidos de impeachment da oposição.
Os deputados consideraram inaceitáveis as falas de Bolsonaro contra o processo de eleição democrático e contra os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que também preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).