A revelação de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repassou uma convocação para um protesto anti-Congresso e contra o Supremo Tribunal Federal (STF) do seu Whatsapp pessoal não foi bem recebida pela maioria da classe política. A informação foi divulgada pela jornalista Vera Magalhães, do Estado de São Paulo.
Na democracia ninguém pode tudo
Dos congressistas tocantinenses, apenas a senadora Kátia Abreu (PDT) recorreu às redes sociais para se manifestar publicamente. A parlamentar evitou confronto direto com o presidente, mas criticou a militância. “Os apoiadores de Bolsonaro acham que o fato de ter vencido as eleições dá a ele o direito de fazer tudo o que quer. Deputados e senadores também foram eleitos junto com ele e receberam das urnas mandato para fiscalizar e até discordar. Na democracia ninguém pode tudo”, defendeu.
Confira os posts dela:
Os apoiadores de Bolsonaro acham que o fato de ter vencido as eleições dá a ele o direito de fazer tudo o que quer. Deputados e senadores também foram eleitos junto c/ ele e receberam das urnas mandato p/ fiscalizar e até discordar. Na democracia ninguém pode tudo.
— Kátia Abreu (@KatiaAbreu) February 26, 2020
Beira do abismo
Em uma postagem subsequente, Kátia Abreu ainda mandou recado, sem destinatário especificado. “Tem pessoas que amam brincar à beira do abismo”, escreveu.
Tem pessoas que amam brincar à beira do abismo.
— Kátia Abreu (@KatiaAbreu) February 26, 2020
Autoridades tem que dar exemplo
Com o Congresso sendo um dos alvos da manifestação marcada para 15 de março, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM) também reagiu. “Criar tensão institucional não ajuda o País a evoluir. Somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional. O Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir”, afirmou o democrata.
Criar tensão institucional não ajuda o País a evoluir. Somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional. O Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) February 26, 2020
Silêncio
Já o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM), se calou sobre o episódio.
Cunho pessoal
O presidente Jair Bolsonaro não negou ter repassado a convocação, mas minimizou o episódio. “No Whatsapp, [tenho] algumas dezenas de amigos onde trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República”, defendeu-se.
Tenho 35Mi de seguidores em minhas mídias sociais, c/ notícias não divulgadas por parte da imprensa tradicional. No Whatsapp, algumas dezenas de amigos onde trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 26, 2020