A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), acaba de ser reeleita para mais quatro anos. Ela teve 36,24% (46.243 votos), contra 14,52% para Júnior Geo (Pros) – 18.523 -, 13% para Eli Borges (SD) – 16.582 -, e 12,31% para Tiago Amastha Andrino (PSB) – 15.707. Cinhia colocou 27.720 votos à frente do segundo colocado.
Confira os demais resultados totalizados:
Vanda Monteiro (PSL) – 8,68% • 11.079
Gil Barison (Republicanos) – 6% • 7.654
Marcelo Lelis (PV) -3,36% • 4.281
Vilela (PT) – 2,67% • 3.402
Alan Barbiero (Podemos) – 1,59% • 2.028
João Bazzoli (Psol) – 0,83% • 1.060
Max Dornellys (PTC) – 0,49% • 627
Joaquim Rocha (PMB) – 0,32% • 407
Brancos: 3.550 · 2,57% – Nulos: 7.388 · 5,33%
Trajetória
Cinthia frequenta a política do Tocantins desde o início dos anos 2000, quando se casou com o senador João Ribeiro. No entanto, como candidata, só estreou após a morte dele, em dezembro de 2013. Ela foi candidata a vice-governadora pelo PTN, em 2014 ,na chapa do então senador Ataídes Oliveira, pelo Pros.
Voltou a disputar a vaga de vice, desta vez pelo PSDB, nas eleições municipais de 2016, já na chapa do então prefeito da Capital, Carlos Amastha (PSB), que concorria à reeleição.
Após vitória, Cinthia passou por uma série de embates decisivos para ser reeleita neste domingo. O primeiro foi com o presidente regional de seu partido, o PSDB, o então senador Ataídes Oliveira, ainda em 2017. Quando tentou fazer a eleição do diretório metropolitano do partido, Ataídes não aceitou e a executiva estadual tucana fez uma intervenção, tirando a então vice-prefeita do comando da legenda em Palmas.
As disputas partidárias se intensificaram, Ataídes tentou expulsar Cinthia do PSDB, mas a medida foi frustrada pela executiva nacional no início de 2019. Ela só conseguiu resolver a situação do comando do partido em março deste ano, quando a executiva nacional promoveu uma intervenção no diretório regional e entregou a presidência a Cinthia. O desfecho levou à desfiliação do já ex-senador Ataídes Oliveira, que foi para o Progressistas.
O segundo grande embate de Cinthia foi com seu ex-aliado e antecessor Amastha. Ele renunciou ao mandato em abril de 2018 para disputar o governo do Tocantins. A prefeita então assumiu em definitivo o comando do Paço e foi fiel aliada de Amastha nas eleições suplementar e ordinária daquele ano. Com a derrota do ex-prefeito na tentativa de chegar ao Palácio Araguaia veio o rompimento. Cinthia exonerou os indicados do antecessor, que passou a atacá-la nas redes sociais.
Em entrevista à Coluna do CT em 16 de janeiro, o ex-prefeito chegou a dizer que um de seus objetivos em 2020 era derrotar o projeto de reeleição de Cinthia. “Me traiu totalmente, 100%, mas não estava esperando dela coisa diferente. Agora trair o grupo que a elegeu! A gente tinha um secretariado de time das estrelas, os melhores secretários do Brasil, e trair a população palmense, porque abandonou tudo, acho que isso aí não tem perdão”, criticou.
Durante a campanha, na sua participação na série de entrevistas da Coluna do CT, a prefeita falou pela primeira vez sobre o rompimento com o antecessor. Ela disse que recebeu a gestão em abril de 2018 com a maior parte do orçamento do ano executado. “Nós tivemos que fazer vários ajustes. Muito diferente do que as pessoas imaginam, houve a época do batom e da maquiagem de se vender uma gestão, e vamos dizer que foram bastante eficientes em fazer isto”, disse na entrevista. A prefeita ainda destacou o trabalho feito para ajustar a situação do município sem um relatório de transição. “Gastamos um bom tempo organizando a casa, mas ninguém me viu reclamar de trabalho, de que não tinha dinheiro”, comentou.
Outro adversário que Cinthia teve que enfrentar em 2020 foi a Covid-19. Já no início da pandemia, em março, promoveu fortes restrições, fechou a economia e chegou a ser muito criticada pelos empresários por isso. Enquanto outros municípios flexibilizaram, a prefeita insistiu nas restrições. Ela enfrentou críticas sobre a suposta falta de transparência sobre os gastos dos recursos recebidos e também foi acusada de fechar as empresas, mas não preparar a saúde do município para conter o avanço da pandemia.
Entre as vantagens de Cinthia nesse processo eleitoral, houve o número excessivo de candidatos — 11 adversários —, a musculatura política que ela construiu na convenção, com a alianças com importantes partidos, como DEM e MDB, que se uniram ao PSDB dela, e o financiamento de R$ 260 milhões, para obras por toda a Capital, do Programa de Requalificação Urbana, com recursos do Banco do Desenvolvimento da América Latina (CAF), uma operação ironicamente iniciada por Amastha, mas que teve sua aprovação no Senado no final de 2018, quando Cinthia já estava definitivamente no comando da Prefeitura de Palmas.