Logo após a Assembleia Legislativa rejeitar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do subteto do funcionalismo estadual, o deputado Ricardo Ayres (PSB) foi à Tribuna para fazer um duro pronunciamento contra os privilégios dos Poderes e pela defesa da saúde financeira do Estado. “Esta votação é muito simbólica, mais simbólica do que qualquer outra coisa, no sentido de que nós precisamos daqui por diante mergulharmos em uma agenda de equilíbrio fiscal”, afirmou o pessebista em relação à matéria votada nesta quarta-feira, 31, e arquivada, e da qual sempre foi um dos principais críticos.
Ricardo Ayres defendeu a proposta de um novo teto remuneratório, e que “e que seja o salário do governador”. “Para que a gente possa fazer com que os vencimentos dos deputados, dos próprios desembargadores, dos conselheiros do Tribunal de Contas e dos juízes guardem relação com a possibilidade de pagamento e com o Orçamento do Estado”, disse o deputado.
O pessebista demonstrou até ser contra os benefícios dos próprios deputados. “Acho que desta forma vamos mudar a realidade do Estado, revendo os benefícios de natureza indenizatória, revendo os auxílios moradia, que não tem apenas neste Parlamento, mas em todos os Poderes; para que a gente recompor possa as finanças do Estado. Acabar com o privilégio. O povo não aguenta mais pagar privilégio de político e servidor”, acrescentou.
Ayres cita como contraponto à tentativa de elevar o salário da elite do funcionalismo o fato do Estado ter passivos da data-base, dívidas com o Plano de Assistência à Saúde (Plansaúde) e com fornecedores. O deputado defendeu ainda a limitação dos contratos de natureza temporária, de cargos comissionados e ainda a revisão de toda a cessão de funcionários aos municípios.
“Está na hora de a gente começar a trabalhar para um milhão e meio de habitante, e não fazer com que este um milhão e meio de habitantes banque os privilégios nossos, dos Poderes e de parte dos servidores, deixando de lado as políticas públicas e o atendimento a nossa população”, encerrou.