A diretoria do Tocantins da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) pediu em nota ao governador Mauro Carlesse (PHS) que reveja a decisão de exonerar os 12 delegados regionais de Polícia e que “se abstenha de praticar outros atos que possam ser interpretados como perseguições políticas”. O ato de Carlesse foi publicado no Diário Oficial do Estado de sexta-feira, 16.
Na nota desse sábado, 17, a entidade da PF manifesta “repulsa” ao ato do governador de exonerar os delegados regionais “sem que haja qualquer fundamentação plausível, principalmente considerando o fato de que está em andamento investigação relevante presidida pelo delegado Regional de Araguaína, que envolvem parceiros políticos do governador”. A referência é ao ex-delegado regional Bruno Boaventura e à operação deflagrada semana passada contra o ex-juiz eleitoral João Olinto Garcia de Oliveira, pai do deputado estadual e líder do governo na Assembleia, Olyntho Neto (PSDB). Oliveira está com mandado de prisão em aberto e se encontra foragido.
A ADPF afirma que, como a Polícia Federal, apesar de pertencer ao Poder Executivo, a PC “não é polícia de governo, mas sim instituição do Estado, que tem suas ações fundamentadas na Constituição e nas leis, pautando suas investigações com imparcialidade e impessoalidade, como tem sido feito”.
“A sociedade tocantinense não pode admitir qualquer tipo de ingerência nas investigações policiais e as exonerações dos Delegados Regionais do Tocantins, publicadas no Diário Oficial do Estado do dia 16/11/18, se apresentam como clara tentativa de interferência do governo”, afirma a nota.
Confira a íntegra:
“A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal – ADPF vem, por meio da Diretoria Regional no Tocantins, manifestar repulsa ao ato do governador Mauro Carlesse que exonerou os Delegados Regionais de Polícia Civil do Tocantins sem que haja qualquer fundamentação plausível, principalmente considerando o fato de que está em andamento investigação relevante presidida pelo Delegado Regional de Araguaína , que envolvem parceiros políticos do governador.
Cabe ressaltar que a Polícia Civil, assim como a Polícia Federal, apesar de pertencer ao Poder Executivo, não é polícia de governo, mas sim instituição do Estado, que tem suas ações fundamentadas na Constituição e nas leis, pautando suas investigações com imparcialidade e impessoalidade, como tem sido feito.
A sociedade tocantinense não pode admitir qualquer tipo de ingerência nas investigações policiais e as exonerações dos Delegados Regionais do Tocantins, publicadas no Diário Oficial do Estado do dia 16/11/18, se apresentam como clara tentativa de interferência do governo.
Solicitamos ao Excelentíssimo Governador que reveja a decisão e se abstenha de praticar outros atos que possam ser interpretados como perseguições políticas.
ADPF/TO”