A eleição da Mesa Diretora da Câmara de Paranã ocorrida em dezembro do ano passado voltou a repercutir após um áudio que circula nas redes sociais indicar um suposto acordo entre os vereadores Carlos Furtado, o Carlinhos do Bom Jesus (Republicanos); e Durvalino Ferreira (PSDB). O material sugere que o tucano vendeu o voto ao republicano, mas voltou atrás e decidiu também lançar candidatura. A conversa trataria de um pedido de devolução do valor acordado entre os dois. Ambos os parlamentares negam e garantem que o teor do diálogo é sobre um empréstimo, mas ainda há troca de acusações.
DESCUMPRIMENTO DO ACORDO TERIA CONSEQUÊNCIAS
No áudio, os dois conversam sobre o cenário do pleito e Carlos Furtado – que tinha pretensões de se reeleger à frente da Mesa Diretora – chega a sugerir de que Durvalino Ferreira sofreria “consequências” de não ter cumprido suposto acordo com sua recondução, perdendo “todos os empregos” no Paço. O tucano respondeu “não se importar” porque “não gosta de ficar na mão de ninguém” e avisa: “Mas também vai ter problema, porque vamos fiscalizar”.
NEM UM, NEM OUTRO
A eleição ocorreu, mas nenhum dos dois foi eleito. Carlos Furtado sequer disputou a presidência, angariando apenas a 2º secretaria da Mesa Diretora; enquanto Durvalino Ferreira perdeu a eleição por 5 votos a 4. O vencedor foi o atual presidente da Casa de Leis, Adjailton Alves de Oliveira (Republicanos).
NÃO HOUVE ACORDO, MAS UM EMPRÉSTIMO
O vereador Carlos Furtado retornou o contato da Coluna do CT e negou qualquer acordo financeiro relacionado a eleição e se vê vítima de uma manipulação do colega de Câmara. “O que aconteceu foi uma puta sacanagem do vereador Durvalino, que me pediu o dinheiro emprestado e depois, devido ele ter ido para a oposição, quis distorcer para não pagar”, pontuou o republicano, que até destaca uma tentativa do tucano de vincular o dinheiro com a eleição, o que foi rejeitado por ele. “Até no final da gravação que ele fez o senhor pode ouvir que ele quis insinuar, e eu falei que aquele dinheiro era emprestado e que não tinha nada a ver com presidência”, emendou. O parlamentar ainda revelou que estuda acionar Durvalino Ferreira na Justiça.
ÁUDIO SE TRATA DE EMPRÉSTIMO, MAS HOUVE TENTANTIVA DE CHANTAGEM
Durvalino Ferreira respondeu ao contato da Coluna do CT no início da tarde desta quinta-feira, 23, e fez coro ao que foi alegado pelo republicano. “Carlinhos do Bom Jesus sempre me emprestava dinheiro, o áudio trata-se de dinheiro emprestado”, garantiu. Entretanto, o tucano trocou acusações com o colega. Se Carlos Felinto vê uma tentativa de manipulação no diálogo, Durvalino afirma que houve uma tentativa de aliciá-lo. “O vereador Carlos se utilizou de um dinheiro que que eu havia pegado emprestado para me chantagear em troca do meu apoio na sua reeleição na presidência da Câmara. Como não foi eleito, passou a me cobrar de forma antecipada, me pedindo que eu pagasse tudo de uma vez”, afirma. O tucano garante que não recebeu qualquer dinheiro com a eleição da Mesa Diretora como fim. “Tanto que não o acompanhei”, encerrou.
Confira a montagem dos dois áudios com a suposta conversa entre os parlamentares: