Parte da bancada federal está pra lá de insatisfeita com o ex-coordenador do grupo, o deputado federal Carlos Gaguim (MDB), que acusam de querer se apropriar sozinho da compra dos 428 ônibus escolares e quase 300 tratores com emendas.
R$ 86, 3 milhões em ônibus
Os ônibus foram comprados por R$ 86.300.190 de emendas da bancada no Congresso, através do programa Caminho da Escola, da governo federal. Do total, R$ 64.430.190 são de emenda coletiva da bancada do Estado. Gaguim conseguiu mais R$ 5 milhões extras para uma primeira etapa; e, em conjunto com Gomes, obteve outros R$ 16,87 milhões. Os recursos são do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Está muito feia
Para um deputado federal ouvido pela Coluna do CT, a briga “está feia, muito feia mesmo”. “O Gaguim divulga como se fosse iniciativa só dele e do [senador Eduardo] Gomes, e o governador [Mauro Carlesse] não fala nada”, reclamou o parlamentar.
Há dois meses parados
Os deputados reclamam que os ônibus e os tratores já estão encostados faz dois meses na Praça dos Girassóis e o Palácio Araguaia não fala em entregar, enquanto os municípios precisam de maquinário para fazer a manutenção das estradas vicinais com o fim do período chuvoso.
Não é verdade
Gaguim afirmou que não é verdade que vem anunciando os ônibus que como se fossem resultado do exclusivo de seu trabalho. “Desafio que me mostrem qualquer postagem nesse sentido”, disse. Sobre os tratores, contudo, defendeu que eles são, sim, resultado do trabalho direto dele como coordenador e lembrou da discussão em meados do ano passado, quando pediu a mudança do processo de licitação para reduzir o número de itens e facilitar a compra do maquinário. “Todos ficaram contra mim e a Kátia [Abreu, senadora e atual coordenadora da bancada] chegou a ir à Polícia Federal. Mas se eu não fizesse aquilo não teríamos as máquinas tão cedo”, garantiu o parlamentar.
Influência de Gomes
De toda forma, Gaguim disse que, tanto no caso dos ônibus quanto dos tratores, se não fosse a articulação dele e do senador Eduardo Gomes (MDB), líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso, as emendas não teriam sido empenhadas e executadas. “Fui mais de 20 vezes aos ministérios e fui ao presidente, e se não fosse também o Gomes, pelo trabalho, influência e dedicação dele, não teríamos agora nem os ônibus, nem os tratores, lembrando que vários Estados não conseguiram até agora”, afirmou.