O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta terça-feira, 16, que pretende usar uma parte da folga fiscal gerada pela eventual aprovação da PEC dos Precatórios para conceder aumento salarial para servidores federais. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Um pequeno espaço
Após participar de um evento empresarial em Manama, capital do Bahrein, aonde chegou após três dias de visita a Dubai, o presidente revelou ter conversado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e, em passando a PEC dos Precatórios, defendeu que é preciso existir “um pequeno espaço” para dar “algum reajuste”. “Não é o que eles [servidores] merecem, mas é o que nós podemos dar”, afirmou.
Inflação e Covid-19
Segundo Bolsonaro, a urgência do aumento também se deve aos efeitos da pandemia da Covid-19. “Por causa da inflação, os servidores estão há dois anos sem reajuste. Com a questão da pandemia, isso [aumento] até se justifica, porque muita gente perdeu o emprego ou teve até seu salário reduzido”, justificou.
Vai ter que definir prioridades
Já o relator da PEC dos Precatórios, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), ainda conforme a Folha, admitiu ser possível conceder reajustes ao funcionalismo no próximo ano, mas, avisou, Bolsonaro precisará decidir quais medidas serão prioritárias e quais ficarão fora do Orçamento de 2022. Bezerra avisa que falta espaço para elevar despesas no próximo ano. “O presidente, ele sempre vai ter que escolher, porque as despesas discricionárias [aquelas que não são obrigatoriedade do governo], as obrigatórias estão muito apertadas”, afirmou o líder do governo, ao ser questionado sobre a promessa de Bolsonaro de usar o espaço no Orçamento para conceder reajustes.