O presidente Jair Bolsonaro quer o ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella como embaixador do Brasil na África do Sul. Segundo o jornal Correio Braziliense, o governo brasileiro já enviou um telegrama secreto às autoridades sul-africanas em busca de um “agrément” para o ex-prefeito.
Prestigiar Edir Macedo
A indicação prestigia o bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, que tem em Crivella um de seus maiores expoentes na política.
Tocantinense na presidência de comissão
O pedido o agrément depende da África do Sul, que pode recusar. A indicação depois ainda passará pelo crivo do Senado, onde a Comissão de Relações Exteriores é presidida pela tocantinense Kátia Abreu (PP).
Acusações em Angola
A indicação de Crivella ocorre num momento em que a Igreja Universal enfrenta acusações de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e associação criminosa em Angola. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola e o Serviço de Investigação Criminal (SIC, a polícia federal angolana), as provas “são fartas e contundentes”.
Preso no final do mandato
O ex-prefeito do Rio Marcelo Crivella também enfrentou problemas com a Polícia. No final de sua gestão, em 22 de dezembro, ele foi preso em uma ação conjunta entre a Polícia Civil e o Ministério Público do RJ. A investigação apontou a existência de um “QG da Propina” no governo do ex-prefeito. No esquema, de acordo com as apurações do MP, empresários pagavam para ter acesso a contratos e para receber valores que eram devidos pela gestão municipal. Crivella foi solto no dia seguinte, mas ficou em prisão domiciliar até fevereiro, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes revogou a medida.