Durante evento no Planalto de anúncio de medidas para o setor de turismo, nessa quinta-feira, 10, o presidente Jair Bolsonaro disse que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prepara um parecer para desobrigar o uso de máscara por quem já foi vacinado contra a Covid-19 ou quem já se infectou com o novo coronavírus. “Acabei de conversar com um tal de Queiroga, não sei se vocês sabem quem é. Nosso ministro da Saúde. Ele vai ultimar um parecer visando a desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que estejam vacinados ou que já foram contaminados para tirar este símbolo que, obviamente, tem a sua utilidade para quem está infectado”, afirmou o presidente.
Cenário internacional
A repercussão foi imediata nas redes sociais e levou o ministro a se manifestar. Em vídeo, Queiroga confirmou que fará um estudo sobre o tema e atribuiu o pedido de Bolsonaro a medidas adotadas em outros países. “O presidente acompanha o cenário internacional e vê que em outros países onde a campanha de vacinação já avançou as pessoas já estão flexibilizando o uso das máscaras, e me pediu que fizesse um estudo para avaliar a situação aqui no Brasil’, disse.
Bolsonaro e Jim Jones
Em sua conta no Twitter, o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), comparou Bolsonaro a Jim Jones, o pregador religioso que levou ao suicídio centenas de seus seguidores no anos 1970. “Logo que foi descoberta sua atividade de lobista de cloroquina, o PR muda o assunto e declara guerra à máscara. Quer o Brasil exposto ao vírus. Temos um Jim Jones na presidência. A diferença é que o louco americano induziu ao suicídio, e o brasileiro quer tb o assassinato em massa”, afirmou Renan.
Apelo a Queiroga
Senadora atuante na CPI, apesar de não ser membro, Simone Tebet (MDB-MS), fez um apelo ao ministro Queiroga no Twitter: “Ministro Queiroga, sob as bênçãos da ciência e ao som de um réquiem cantado por um coral de 482.135 vozes, diga NÃO à retirada do uso de máscaras. Diga SIM à vida”, postou a parlamentar.
Partido da morte
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, também se manifestou no Twitter: “Diante do aumento da vacinação, por motivos alheios ao seu trabalho e desejo, o presidente tenta uma nova fórmula para matar mais alguns brasileiros. Tirar as máscaras das ruas! Ninguém pode dizer que o partido da morte não tem um líder coerente e tenaz no Brasil”.
Não faz sentido
Também no Twitter, o portal de saúde do médico Dráuzio Varella afirmou que não faz sentido suspendermos o uso obrigatório quando apenas 11% da população está imunizada. “A essa altura do campeonato, depois de tantos testes e estudos, o uso da máscara segue sendo uma das únicas medidas cientificamente comprovadas de controle da Covid-19”, postou.
É possível haver casos de reinfecção
A conta do médico continua: “Já é comprovado que é possível haver casos de reinfecção da doença, ainda mais diante das novas variantes. Imunidade coletiva ou de rebanho acontece apenas quando a maioria da população está vacinada, e ainda não chegamos lá”. E finaliza: “A recomendação da OMS e dos especialistas continua sendo a mesma: use máscara. Máscara salva”.