O vereador de Palmas Tiago Andrino (PSB) foi às redes sociais apontar um culpado pelo vazamento das informações de que o ex-prefeito de Palmas e pré-candidato a governador Carlos Amastha (PSB) está buscando o apoio do senador Vicentinho Alves (PR), do ex-deputado estadual Marcelo Lelis (PV), do ex-governador Marcelo Miranda e do MDB. Segundo ele, é a imprensa que anda fazendo “fofoca” para “desconstruir o personagem que inaugurou um novo tempo na política do Tocantins”.
O primeiro erro é confundir informação de bastidores com fofoca. Nesta altura das pré-campanhas ninguém dá informação oficial, e cabe aos jornalistas “garimpar” com suas fontes mais confiáveis as movimentações para manter seus leitores informados. Informação de bastidores é recurso usado por jornalistas no Tocantins, no Brasil e mundo afora.
[bs-quote quote=”A solução é muito simples, sem precisar agredir os veículos de comunicação, como fez o vereador. É só o pré-candidato a governador e presidente regional do PSB, Carlos Amastha, enviar uma nota em que nega firmemente qualquer conversa com Marcelo e Vicentinho” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
A busca de Amastha pelo apoio de Vicentinho e Marcelo Miranda foi confirmada por fontes ligadas aos dois. O CT e outros veículos publicaram os mesmos fatos.
Vejam: na segunda-feira, 9, Vicentinho ligou para o ex-deputado federal Eduardo Gomes (SD), coordenador geral da campanha do republicano na eleição suplementar, para comunicá-lo de que estava fechando aliança com Amastha. Convidou o ex-parlamentar para acompanhá-lo, mas Gomes disse que não iria.
Na tarde de terça-feira, 10, Vicentinho ligou para a senadora Kátia Abreu (PDT) para fazer a mesma comunicação. O CT deu a informação e ninguém negou.
Na quarta-feira, 11, uma fonte muito próxima do ex-governador Marcelo Miranda deu detalhes da visita de cortesia que Amastha, Adir Gentil e o próprio Andrino fizeram à residência do emedebista, na hora do jogo de Brasil e Bélgica na sexta-feira, 6.
Marcelo e a deputada federal Dulce Miranda (MDB) se preparavam para viajar, então, a conversa foi muito rápida, de apenas 20 minutos. Nesse tempo, Amastha disse a Marcelo e Dulce que queria o apoio do casal e do MDB à sua pré-candidatura. Conforme a fonte, Adir já tinha se encontrado com o presidente regional do MDB, Derval de Paiva, com o mesmo objetivo. O CT deu essas informações e, novamente, ninguém negou.
Se estamos falando de “fofocas”, como Andrino trata as informações de bastidores, e elas estão atrapalhando a pré-candidatura, já que gerou um desconforto enorme na base de Amastha, por que não desmentir?
A solução é muito simples, sem precisar agredir os veículos de comunicação, como fez o vereador. É só o pré-candidato a governador e presidente regional do PSB, Carlos Amastha, enviar uma nota em que nega firmemente qualquer conversa com Marcelo e Vicentinho. Pode até repetir algumas malcriações que já fez contra eles, falando do “desgoverno” do emedebista e que Marcelo, Vicentinho, Kátia e Siqueira usam a política para enriquecer suas famílias. É o que o ex-prefeito sempre afirmou, com direito a gracejos de acompanhamento.
Só não pode colocar um preposto para fazer a afirmação e assinar a nota, para abrir a possibilidade de negar depois, dizendo que ninguém leu nada que tenha partido do próprio Amastha. Nem pode deixar de citar nominalmente Marcelo e Vicentinho, para não deixar nenhuma dúvida. O ex-prefeito também precisa, para tranquilizar o eleitorado, afirmar como já fez em outra ocasião: “Eu que não quero nem saber deles, nem falar com eles, em hipótese alguma”.
Se fizer isso, acabou o problema, toda a imprensa vai dar a informação com o maior destaque, replicá-la em suas redes sociais e ninguém mais tocará no assunto. Pronto, a história do “personagem que inaugurou um novo tempo na política do Tocantins” estará totalmente preservada e ele poderá continuar dando aulas de moralidade, decência e hombridade a todos os políticos tocantinenses.
Que tal? Vamos ficar aguardando a nota com o desmentido e com o compromisso público de que não vai se aliar a essa “velha política”.
CT, Maringá (PR), 13 de julho de 2018.