Entre os dias 3 e 5 de agosto ocorrerão as principais convenções para as eleições de outubro. Estamos falando de sexta a domingo já da próxima semana. Assim, não haverá mais como adiar as decisões. Quem conseguiu vaga, conseguiu, quem ficou de fora, só em 2022. No entanto, hoje, há mais nebulosidade do que definições.
De fato concreto neste momento, apenas os pré-candidatos a governador: Mauro Carlesse (PHS), o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB), o ex-juiz e advogado Márlon Reis (Rede) e o promotor aposentado César Simoni (PSL). De resto, só dúvida.
[bs-quote quote=”Para estadual, a situação se complica. Os já parlamentares tentam fugir de chapas com muitos candidatos fortes e buscam aquelas que tenham mais estreantes para servir de escadinha para que consigam renovar o mandato sem muita turbulência” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Não há disputa intensa para as vagas de vice-governador, que devem ficar como uma espécie de prêmio de consolação para atrair um aliado que terminou o processo descontente. No entanto, o clima é tenso para a definição dos candidatos a senador e das chapas de deputado estadual.
Na coligação para federal, tudo caminha, aparentemente, sob clima de tranquilidade. As coligações devem formar um chapão e pronto. Quem tiver mais voto chora menos. Mas, para estadual, a situação se complica. Os já parlamentares tentam fugir de chapas com muitos candidatos fortes e buscam aquelas que tenham mais estreantes para servir de “escadinha” para que consigam renovar o mandato sem muita turbulência.
Como a coluna afirmou esta semana, os estrategistas palacianos só observam o movimento, para o desespero de seus pré-candidatos, que veem nessa frieza uma forma de negligenciamento. Contudo, importantes governistas asseguram que não, dizem que a pressa é da oposição e que quando entrarem em campo será para definir.
A situação é mais revolta na pré-campanha de Amastha, onde há resistências em todas as possibilidades de coligação. A definição de que haveriam duas chapas, uma de mandatários e outra de debutantes, desagrada os já deputados estaduais. Além disso, PSB não quer coligar com MDB, que não quer coligar com PSDB, que tem dois parlamentares que não querem apoiar Amastha e estão em saia justa, nas mãos do presidente regional tucano, senador Ataídes Oliveira.
Para o Senado, contudo, o tsunami traga quase todos os lados e a curiosidade é grande para saber quem vai ser golfado dele. Pelo lado do Palácio, parece tudo tranquilo. Mas não está. As pré-candidaturas de Siqueira Campos (DEM) e César Halum (PRB) resistem por enquanto, mas enfrentam o “fogo amigo”. Toda hora alguém tenta rifar um dos dois para dar lugar ao ex-deputado federal Eduardo Gomes (SD).
Tumulto maior na pré-campanha de Márlon Reis. Existem dois pré-candidatos ao Senado, Marcelo Cláudio (PRTB) e Nilmar Ruiz (Rede), mas o grupo negocia com o PT e com a senadora Kátia Abreu (PDT), que tenta emplacar na vaga o filho, Irajá Abreu (PSD).
Há aliados importantes dos dois lados totalmente contra dar a vaga ao parlamentar. Eles lembram que a familiocracia é cada vez mais rejeitada pela sociedade. Do lado do idealizador da Lei da Ficha Limpa e o homem que promete uma política diferente, Márlon, correligionários observam que, se ceder a essa tentação adâmica, o pré-candidato da Rede cairá na mesma vala de Amastha e, como ocorreu com o pré-candidato do PSB, terá seu discurso moralizador esvaziado.
Na pré-campanha do ex-prefeito de Palmas, as vagas de senador estão definidas com Ataídes Oliveira e Vicentinho Alves (PR) à reeleição. A situação foi pacificada com a decisão de Amastha de concluir a conversa com os petistas, que queriam indicar o deputado estadual Paulo Mourão.
No PSL, tudo indica que o vice será do próprio partido e que Simoni poderá ter apenas um candidato a senador, Farlei Meyer. O partido deve ter coligação com siglas menores na proporcional, mas descarta na majoritária.
Basicamente, esses são os pontos de tensão que os pré-candidatos precisarão resolver até o dia das convenções. Serão poucos dias, mas que parecerão meses, de horas infindáveis de intensos debates e pouco tempo para dormir.
A única coisa certa e previsível é que muita gente sairá decepcionada. Faz parte.
CT, Maringá (PR), 27 de julho de 2018.