Há cerca de duas semanas, pelo menos 270 policiais tentam capturar pelo interior de Goiás um suspeito de cometer uma série de crimes em pelo menos três estados. A perseguição a Lázaro Barbosa, porém, vem se tornando uma oportunidade para políticos usarem o caso como palanque nas redes sociais.
Nos últimos dias, alguns casos chamaram a atenção e repercutiram no Brasil. Em um deles, o vereador de Fortaleza Inspetor Alberto (Pros) alegou ter antecipado uma viagem para Brasília para ajudar a polícia na captura de Lázaro.
Em um vídeo publicado na web, ele exibe armas e munições, enquanto afirma ter adiantado sua viagem ‘para dar uma passada” na região das buscas. Desde então, Alberto te publicado atualizações de sua caçada.
Já o segundo caso diz respeito à deputada federal Magda Mofatto (PL), que compartilhou um vídeo onde aparece portando um fuzil em um helicóptero e critica a demora para capturar Barbosa.
Nas imagens, a parlamentar afirma que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, “não deu conta” de pegá-lo, mas ela irá. “Te cuida, Lázaro. Se o Ronaldo Caiado não deu conta de te pegar, eu estou indo aí te pegar. Comandante, rumo para Cocalzinho”, disse.
No dia 16, o caso já havia virado tema de discussão nas redes sociais entre Caiado e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que acredita que Lázaro tem feito a operação policial “quase como de boba”.
O governador de Goiás, por sua vez, disse não admitir que desrespeitem as autoridades da região. “Se ele trata policiais do DF com grosseria, minha solidariedade a eles”, rebateu.
Além disso, diversas imagens falsas em que Lázaro aparece ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para sugerir uma proximidade inexistente entre o “serial killer do DF” e o petista, foram publicadas nas redes sociais.
Outra montagem que circula na web mostra Lula segurando uma bandeira escrita “Lázaro é inocente”. Na foto original, aparece a frase “Lula é Inocente” com uma imagem do ex-presidente, não do serial killer.
As buscas por Lázaro entraram no 13º dia seguido hoje. Ele é suspeito de matar uma família de quatro pessoas em Ceilândia.
Ao todo, 270 agentes das forças de segurança pública de Goiás e do Distrito Federal procuram o fugitivo com helicópteros, cães farejadores e drones, além das estratégias de inteligência traçadas pela SSP-GO.
Em 2007, Lázaro chegou a responder um processo por homicídio quando tinha 20 anos em Barra do Mendes, no interior da Bahia, onde nasceu. Em 2011, já em Ceilândia, ele foi condenado por estupro e roubo com emprego de arma. Ele chegou a ser preso em 2018, em Águas Lindas de Goiás, mas fugiu do encarceramento poucos meses depois.
Um laudo psicológico realizado em 2013 no Complexo Penitenciário da Papuda (CPP), em Brasília, descreve Lázaro como “psicopata imprevisível”, com comportamento agressivo, impulsivo, instabilidade emocional e falta de controle e equilíbrio.