Em nova resposta, o presidente da Assembleia Legislativa, Mauro Carlesse (PHS), disse que não fará como o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB), que “decidiu abandonar no meio do caminho a administração da capital, Palmas, para a qual foi eleito por um mandato de quatro anos, traindo a confiança depositada pelos seus eleitores”.
Foi uma referência à renúncia de Amastha no dia 3. “Isso não se aplica a mim”, garantiu Carlesse, numa resposta à proposta Amastha para que não assuma o governo interino, no caso de a cassação do governador Marcelo Miranda (MDB) e da vice-governadora Cláudia Lelis (PV) ser confirmada no julgamento dos embargos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), às 9 horas desta quinta-feira, 12.
Como presidente regional do PSB, Amastha propôs que Carlesse não assuma interinamente o governo do Tocantins e deixe a “missão” ao presidente do Tribunal e Justiça (TJTO), desembargador Eurípedes Lamounier.
LEIA MAIS
— Na véspera do julgamento de Marcelo, após ser criticado, Amastha pede que Carlesse não assuma Palácio
— Em resposta, Carlesse diz que “desequilíbrio emocional” de Amastha é “ansiedade de querer chegar ao poder”
— Amastha sobre Carlesse e Marcelo: “Tudo farinha do mesmo saco”
Amastha ainda sugere que, caso Carlesse decida assumir mesmo assim, que, ao menos, mantenha a equipe renomeada pelo governador Marcelo Miranda. Conforme o ex-prefeito, essas medidas visariam “a estabilidade administrativa do Estado e em respeito ao sofrido povo tocantinense”.
Carlesse afirmou na nota na noite dessa quarta-feira, 11, que “abandonar as obrigações confiadas” a ele pelos eleitores “seria trair a confiança” depositada nele. “O mandato não me pertence, ele pertence ao povo”, defendeu Carlesse.
República do PR e SC
Sobre a proposta de manter a equipe renomeada por Marcelo, o presidente da AL disse que sabe “perfeitamente” a quem nomear para o auxiliar na tarefa de administrar o Estado. “Posso lhe afirmar categoricamente que serão pessoas que têm ampla identidade com o Tocantins. Jamais irei criar uma república de iluminados do Paraná ou de Santa Catarina para gerir o Estado como o que ocorreu em Palmas em vossa gestão”, disparou Carlesse sobre os paranaenses e catarinenses nomeados na prefeitura por Amastha. “Os tocantinenses natos ou de coração tem competência de sobra para enfrentar os desafios de uma boa gestão”, afirmou o presidente da AL.”
Ele conclui dizendo encerrar o debate com Amastha. “Pois tenho muitos compromissos a cumprir e pouco tempo para perder em responder seus devaneios e delírios”, cutucou.
Confira a seguir a íntegra da nota:
“Senhor Carlos Amastha,
Presidente do PSB estadual
Não fugirei de minha responsabilidade constitucional de substituir o governador do estado nas condições estabelecidas pela Constituição Federal.
Todas as vezes que for necessário.
Fui eleito para cumprir um mandato de deputado estadual por quatro anos e cumprir todas as obrigações constitucionais que o exercício do cargo me impõe.
Abandonar as obrigações confiadas a mim pelos eleitores seria trair a confiança que eles depositaram em mim.
O mandato não me pertence, ele pertence ao povo.
Se o senhor decidiu abandonar no meio do caminho a administração da capital, Palmas, para a qual foi eleito por um mandato de quatro anos, traindo a confiança depositada pelos seus eleitores, isso não se aplica a mim.
Quanto a quem devo nomear, quando imbuído constitucionalmente do cargo de gestor do meu querido estado, lhe respondo que em nenhum momento lhe sugeri nomes para compor sua equipe na Prefeitura de Palmas. Sei perfeitamente a quem nomear para me auxiliar nesta tarefa. Posso lhe afirmar categoricamente que serão pessoas que tem ampla identidade com o Tocantins. Jamais irei criar uma república de iluminados do Paraná ou de Santa Catarina para gerir o estado como o que ocorreu em Palmas em vossa gestão.
Os tocantinenses natos ou de coração têm competência de sobra para enfrentar os desafios de uma boa gestão.
Por outro lado, no momento me reconheço como Presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins. A decisão de manter ou afastar o atual governador cabe neste momento à Justiça do país que naturalmente também lhe concede o amplo direito de se defender.
Gostaria de encerrar este debate com vossa pessoa, pois tenho muitos compromissos a cumprir e pouco tempo para perder em responder seus devaneios e delírios.
Deputado estadual Mauro Carlesse
Presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins”