Cinco dos onze vereadores de Miracema protocolaram ofício na tarde de sexta-feira, 6, pedindo o afastamento do presidente da Câmara, Edilson Tavares (MDB). No documento, Irmão Didan (PSB), Cirilo Douglas (PRP), Pedro da Farmácia (PRB), Branquinho do Araras (PT) e Adilson do Correntinho (PV) acusam Tavares de negligencia num suposto desvio de mais de R$ 330 mil da Câmara, em que o denunciado é o ex-tesoureiro do Legislativo Marcelo da Costa Gomes.
Não pagou Previdência
O caso foi denunciado à Polícia pelo próprio Edilson Tavares no dia 21 de agosto e na mesma data ele exonerou Gomes. Conforme o Boletim de Ocorrência feito pelo presidente da Câmara, o então tesoureiro, que é cunhado do prefeito Moises da Sercon, assassinado em 2018, teria deixado de pagar contribuições previdenciárias dos servidores de abril e julho, num total de mais de R$ 155 mil.
Supostos desvios de mais de R$ 330 mil
Tavares ainda acusa Gomes de ter enviado comprovantes de pagamentos falsificados ao chefe de Recursos Humanos da Câmara. Conforme um levantamento interno, o presidente concluiu que houve transferências bancárias e emissões de cheques da Câmara num total de R$ 330.423,29, vários depósitos teriam sido feitos na conta do próprio ex-tesoureiro.
Assinatura falsificada
O presidente do Legislativo também afirmou no BO que, em nove cheques devolvidos pelo banco, ele não reconheceu a assinatura como sua, apesar da semelhança. Outros cinco cheques foram pagos.
No mínimo, negligente
À Coluna do CT, o vereador Pedro da Farmácia disse que, “no mínimo”, Tavares foi negligente. “A partir do momento em que o presidente reconhece que os cheques foram falsificados e que o tesoureiro fez desvios de recursos da Câmara, e ele não viu, no mínimo, foi negligente com a coisa pública”, avaliou.
Toda confiança ao tesoureiro
O parlamentar questionou o fato de o presidente da Câmara ter confiando demais e não fiscalizado as ações do seu tesoureiro. “Ele é o presidente e nós, vereadores, confiamos no presidente. Agora, o presidente passa toda a confiança dele para o tesoureiro? Como é que ele não está fiscalizando o tesoureiro? Em primeiro lugar, ele tem que fiscalizar a instituição Câmara, que mexe com dinheiro público”, ponderou Pedro da Farmácia.
Falta de compromisso com a coisa pública
Por isso que o vereador disse que o que se quer é o afastamento de Tavares. “Pela negligência dele, pela falta de compromisso com a coisa pública. Ele não pode simplesmente deixar o tesoureiro tomar conta e virar as costas, não”, disse.
Nova eleição da mesa diretora
Pedro disse que os cinco vereadores querem o afastamento definitivo de Tavares e a convocação imediata de nova eleição da mesa diretora. Se o presidente for afastado, assume Adilson do Correntinho, que é vice-presidente e um dos cinco que assinam o ofício.
Outro lado
A Coluna do CT não conseguiu falar com o ex-tesoureiro, mas o espaço está aberto para a sua manifestação. Tavares disse que vai se pronunciar através de seu advogado durante a semana.